(continuação)
A volta ao mercado conclui-se na área da fruta, depois duma breve passagem pela zona das bugigangas, dos mil e um utensílios domésticos de segunda qualidade expostos a granel. Os perfumes tropicais misturam-se ali, deliciosamente. Álvaro e Manuel desconhecem muitos deles. Hão-de aprender a gostar deles. Dos mangos resinosos, mas deliciosos quando estão maduros. Dos abacaxis adocicados. Dos cajus sumarentos, ainda de noz na ponta. Da banana-maçã, agridoce, quase arredondada, mas no sabor parecida com a da Madeira. Das papaias de gosto indefinido se não leva limão a acompanhar. Os dois rapazes compram alguns mangos. Pedem maduros. Tentam enfiar-lhes os dentes logo ali, ante o olhar divertido da vendedeira. Branco não sabe tudo. É difícil trincá-los. A pele parece de couro. A mulher pega num e faz uma demonstração. Corta-lhe o bico, abrindo um pequeno furo, que encosta aos lábios. E espreme depois o mango. Um pouco de sumo escorre-lhe pelo canto da boca.
(continua)
Magalhães Pinto
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