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19.5.08

OS HERÓIS E O MEDO - 267º. fascículo

(continuação)

Tu estavas só,
Triste e meditabunda…
E eu… medit…a…bunda
Com a minha fita métrica…


A luta nas bolanhas, que matava e estropiava, merecia um tratamento surrealista, com laivos mercantilistas:


Era um campo de batalha…
O barulho das lanças ensurdecia…
E ao longe uma voz gritava:
Há Rajá fresquinho!….


E os sentimentos reais vinham à superfície, num calão lamuriento:

Debaixo daquela arcada
Passava-se a noite bem!…
Ai, mãezinha, que maçada,
Nunca mais acaba esta chatice!…


Os remates despertavam gargalhadas. Os traços essenciais das figuras típicas do batalhão ganhavam relevo no tratamento novo de poemas antigos:

Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim.
Será chuva?… Será gente?…
É o Fausto, certamente,
Procurando uma dispensa
Da operação de Farim…


(continua)
Magalhães Pinto

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