. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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30.9.09
MEMÓRIA
PEDIDOS DE DESCULPAS
Recordemos os acontecimentos:
- A Associação Empresarial de Matosinhos vinha, há vários anos, a propor à Câmara Municipal de Matosinhos a realização de um festival gastronómico.
- Embora manifestando interesse nessa iniciativa, a Câmara Municipal decidiu, este ano, realizar um festival do género, nas antigas instalações da Real Vinícola. Para o efeito, prescindiu da colaboração da Associação Empresarial. E contratou uma empresa de eventos para o realizar.
- O Presidente da Associação Empresarial, compreensivelmente, não gostou da atitude da Câmara. E pôs a boca no trombone, afirmando-se enganado pela autarquia.
- O Senhor Presidente da Câmara de Matosinhos, confrontado com as acusações de deslealdade oriundas aquela, fez uma afirmação e uma exigência. A afirmação era a de que o festival era um sucesso estrondoso. E a exigência foi a de um pedido público de desculpas, a apresentar pela Associação.
- Neste momento, encontram-se instalados, naquele recinto, quatro ou cinco restaurantes. Nem todos de Matosinhos. E creio que dois pequenos bares para vender cerveja.
- O resultado da iniciativa da Câmara é, na opinião de quem lá está e ali investiu, estrondoso fracasso. Da animação prometida, não se vê nada. A frequência é pouco menos que irrisória. E correm mesmo boatos dizendo que a empresa de eventos contratada pela Câmara gostaria de ver esta a rescindir o contrato, já que isso lhe traria indemnizações chorudas.
Estes acontecimentos conduzem a duas ou três conclusões lineares:
- Dado que o Verão dura muito pouco, há que fazer algo para inverter a situação. Não sei se é possível ou não rescindir o contrato com a empresa de eventos, com base no incumprimento do programa apresentado. Se for, o melhor é fazê-lo já e entregar a exploração do espaço a quem investiu para estar ali. Se não for, temo muito que a Câmara venha a ter que defrontar-se com pedidos de indemnização de quem ali investiu gordos capitais para tão fraco retorno.
- Este acontecimento mostra também como, por vezes, a nossa Câmara é de uma arrogância insuportável. O natural, para levar a cabo uma iniciativa de cariz económico, era que a Câmara se apoiasse na instituição que representa os interesses empresariais. Não o quis fazer. Porventura, queria os louros. É natural que colha agora os tomates.
- Por fim, não ficaria nada mal que o Senhor Presidente da Câmara - tão lesto a exigir desculpas - apresentasse agora públicas desculpas, não apenas às empresas de restauração de Matosinhos, por tão pobre imagem dada, como à Associação Empresarial de Matosinhos, por tê-la desprezado.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 17/7/2004
Recordemos os acontecimentos:
- A Associação Empresarial de Matosinhos vinha, há vários anos, a propor à Câmara Municipal de Matosinhos a realização de um festival gastronómico.
- Embora manifestando interesse nessa iniciativa, a Câmara Municipal decidiu, este ano, realizar um festival do género, nas antigas instalações da Real Vinícola. Para o efeito, prescindiu da colaboração da Associação Empresarial. E contratou uma empresa de eventos para o realizar.
- O Presidente da Associação Empresarial, compreensivelmente, não gostou da atitude da Câmara. E pôs a boca no trombone, afirmando-se enganado pela autarquia.
- O Senhor Presidente da Câmara de Matosinhos, confrontado com as acusações de deslealdade oriundas aquela, fez uma afirmação e uma exigência. A afirmação era a de que o festival era um sucesso estrondoso. E a exigência foi a de um pedido público de desculpas, a apresentar pela Associação.
- Neste momento, encontram-se instalados, naquele recinto, quatro ou cinco restaurantes. Nem todos de Matosinhos. E creio que dois pequenos bares para vender cerveja.
- O resultado da iniciativa da Câmara é, na opinião de quem lá está e ali investiu, estrondoso fracasso. Da animação prometida, não se vê nada. A frequência é pouco menos que irrisória. E correm mesmo boatos dizendo que a empresa de eventos contratada pela Câmara gostaria de ver esta a rescindir o contrato, já que isso lhe traria indemnizações chorudas.
Estes acontecimentos conduzem a duas ou três conclusões lineares:
- Dado que o Verão dura muito pouco, há que fazer algo para inverter a situação. Não sei se é possível ou não rescindir o contrato com a empresa de eventos, com base no incumprimento do programa apresentado. Se for, o melhor é fazê-lo já e entregar a exploração do espaço a quem investiu para estar ali. Se não for, temo muito que a Câmara venha a ter que defrontar-se com pedidos de indemnização de quem ali investiu gordos capitais para tão fraco retorno.
- Este acontecimento mostra também como, por vezes, a nossa Câmara é de uma arrogância insuportável. O natural, para levar a cabo uma iniciativa de cariz económico, era que a Câmara se apoiasse na instituição que representa os interesses empresariais. Não o quis fazer. Porventura, queria os louros. É natural que colha agora os tomates.
- Por fim, não ficaria nada mal que o Senhor Presidente da Câmara - tão lesto a exigir desculpas - apresentasse agora públicas desculpas, não apenas às empresas de restauração de Matosinhos, por tão pobre imagem dada, como à Associação Empresarial de Matosinhos, por tê-la desprezado.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 17/7/2004
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1514, Matosinhos recebeu o seu foral. Reinava D. Manuel I.
Durante toda a sua história, Matosinhos esteve ligado ao mosteiro de Bouças, que será bastante antigo, sendo a sua construção anterior a 944. No ano de 900 já existia uma pequena povoação com o nome de Matesinus que em 1258 se chamaria Matusiny, um lugar da freguesia de Sendim. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 30 de Setembro de 1514 e passou a pertencer ao concelho de Bouças em 1833, tendo como sede a vila de Bouças, até 1836 designada Senhora da Hora. Até ao liberalismo constituía o Julgado de Bouças. Em 1853 foi criada a vila de Matosinhos, constituída pela freguesia do mesmo nome e pela freguesia de Leça da Palmeira, que passou a sede do concelho em substituição de Bouças. Em 1867 é finalmente criado o concelho de Matosinhos, mas que acaba por desaparecer vinte dias depois voltando a ter sede em Bouças. Dado que Matosinhos já se figurava como um lugar mais importante em 6 de Maio de 1909 é criado o concelho de Matosinhos que existe nos nossos dias. Foi elevada a cidade a 28 de Junho de 1984.
Durante toda a sua história, Matosinhos esteve ligado ao mosteiro de Bouças, que será bastante antigo, sendo a sua construção anterior a 944. No ano de 900 já existia uma pequena povoação com o nome de Matesinus que em 1258 se chamaria Matusiny, um lugar da freguesia de Sendim. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 30 de Setembro de 1514 e passou a pertencer ao concelho de Bouças em 1833, tendo como sede a vila de Bouças, até 1836 designada Senhora da Hora. Até ao liberalismo constituía o Julgado de Bouças. Em 1853 foi criada a vila de Matosinhos, constituída pela freguesia do mesmo nome e pela freguesia de Leça da Palmeira, que passou a sede do concelho em substituição de Bouças. Em 1867 é finalmente criado o concelho de Matosinhos, mas que acaba por desaparecer vinte dias depois voltando a ter sede em Bouças. Dado que Matosinhos já se figurava como um lugar mais importante em 6 de Maio de 1909 é criado o concelho de Matosinhos que existe nos nossos dias. Foi elevada a cidade a 28 de Junho de 1984.
MAU GOSTO
De extraordinário mau gosto a imagem passada no seu programa pelos "Gato Fedorento", logo a seguir à declaração do Senhor Presidente da República, na qual o mostravam com um rato a sair pela boca, com a legenda "Cavaco pariu um rato". Tão depressa o fizeram que era provavelmente uma imagem antecipadamente preparada. Tendo em conta que são notoriamente de esquerda, este facto ganha uma relevância extraordinária, na medida em que mostra que estamos a assistir a uma peça ensaiada até ao mínimo pormenor, na qual o Senhor Presidente da República faz o papel de bobo e todos nós fazemos o papel de parvos.
O IMPOSSÍVEL ACONTECE
Nunca, na democracia portuguesa e até hoje, algum político havia colhido tanta unanimidade entre as pessoas, como o Senhor Presidente da República. No seu suicídio político. Uma pena que tenha sido por más razões. Imagino a sonora gargalhada que terá soado no Largo do Rato quando ele terminou a sua declaração ao País! Acho mesmo que, à boa maneira da minha terra, José Sócrates terá exclamado: "comemo-lo de escabeche! E o poviléu embarcou que foi um consolo!".
29.9.09
A INJUSTIFICÁVEL JUSTIFICAÇÃO - II
FRASE DO DIA
ÚLTIMA SONDAGEM - MATOSINHOS
Chegadinha agorinha mesmo:
FERNANDO QUEIROZ: 38%
HONÓRIO NOVO: 38%
GUILHERME PINTO: 8%
NARCISO MIRANDA: 8%
GUILHERME 0 DA BOLA: 8%
Sondagem realizada no passado domingo, numa mesa do café Guarani, a indivíduos dos dois sexos, maiores de idade, residentes no Porto.
(PODE NÃO SIGNIFICAR NADA! MAS O QUEIROZ E O HONÓRIO TAMBÉM TÊM DIREITO A ALGUMA SATISFAÇÃO ENQUANTO NÃO CHEGAM OS PROGNÓSTICOS DO FIM DO JOGO!)
PERGUNTAR NÃO OFENDE
SORRISO DO DIA
A INJUSTIFICÁVEL JUSTIFICAÇÃO
Qualquer que seja a justificação - se é que vai justificar alguma coisa - que o Snr. Presidente da República vai dar, hoje, aos Portugueses, sobre o seu comportamenjto no caso da vigilância da Presidência, que abalou a última campanha eleitoral - "é verdade", "foi mentira", "foi prudência", "foi independência" ou quejandas - não apagará este simples facto:
O COMPORTAMENTO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA AFUNDOU NUM PÂNTANO O PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA E A SUA LÍDER DRA. MANUELA FERREIRA LEITE.
28.9.09
CRÓNICA DA SEMANA - I
AGORA NÓS
Concluíram-se as eleições legislativas com o resultado esperado. De um modo geral, pode dizer-se que todos os partidos perderam, com excepção do CDS/PP. Até mesmo o Bloco de Esquerda, cuja ambição de chegar aos dois dígitos parece não ser atingido no momento em que escrevo. Para já, estes resultados são bons porque correspondem à escolha do Povo. No futuro se verão as consequências disto.
Vamos agora às autárquicas. As quais são muito diferentes. Os partidos contam muito menos do que os candidatos. E, mais do que na generalidade dos municípios portugueses, tal será verdade aqui em Matosinhos. Onde os cidadãos terão que escolher entre dois que conhecem sobejamente e um de quem, até há pouco, apenas se pensava que tinha vindo à bola, mas que traz atrás de si um partido que tem algum – cada vez menos – apoio popular. Guilherme Pinto, o actual Presidente da Câmara, Narciso Miranda, o anterior Presidente, e Guilherme Aguiar, o da bola. Em redor deles tudo será decidido.
Naturalmente, cada um terá as suas razões para a escolha que faz. E, muitas vezes, até para as escolhas que não faz. Aliás, essa é uma abordagem que eu costumo fazer para as minhas próprias escolhas neste domínio. Em quem é que eu não devo votar, pelas características que tem? Quem é que não me dá garantias de administrar o que é de todos nós com zelo e competência? Quem é que eu conheço bem e sei com o que posso contar e quem é que me é totalmente desconhecido, a não ser por este breve instante de uma campanha eleitoral? Quem é que respeita a minha inteligência – grande ou pequena que ela seja – e não está constantemente a deitar-me poeira para os olhos? Quem é que é trabalhador e interessado, mais do que interesseiro? Quem é que exerce o poder porque este foi ter com ele e, por isso, não é capaz de fazer tudo e dizer tudo só para o conservar, e quem é que trava uma luta desesperada para chegar ao poder? Quem é que não precisa da política para sobreviver, porque tem outra profissão, e quem é que, se não for político, não tem mais nada para fazer neste mundo?
Isto é, a abordagem que costumo fazer é a da desconfiança. Tento ver, nos candidatos, aquilo que são pontos negativos. O que conta para a minha escolha não é o que qualquer pessoa diz que faz, mas sim o que realmente já fez na vida. Uma personagem bem conhecida de Matosinhos costumava dizer que “em Matosinhos, não importa quem faz, importa que se faça”. Uma pena que, hoje, passe a vida a dizer que, em Matosinhos, foi ele que fez tudo. Não foi. E, sobretudo, os que se lhe seguiram fizeram mais em menos tempo e melhor. Sem necessidade nenhuma de andarem por aí a gabarem-se, até daquilo relativamente ao qual todos os méritos que alardeia ou alardeou não foram seus.
Até hoje, não me tenho dado mal com as minhas escolhas e, sobretudo, tenho tido um sono tranquilo. Por isso, resolvi falar disso aqui.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 29/9/2009
Concluíram-se as eleições legislativas com o resultado esperado. De um modo geral, pode dizer-se que todos os partidos perderam, com excepção do CDS/PP. Até mesmo o Bloco de Esquerda, cuja ambição de chegar aos dois dígitos parece não ser atingido no momento em que escrevo. Para já, estes resultados são bons porque correspondem à escolha do Povo. No futuro se verão as consequências disto.
Vamos agora às autárquicas. As quais são muito diferentes. Os partidos contam muito menos do que os candidatos. E, mais do que na generalidade dos municípios portugueses, tal será verdade aqui em Matosinhos. Onde os cidadãos terão que escolher entre dois que conhecem sobejamente e um de quem, até há pouco, apenas se pensava que tinha vindo à bola, mas que traz atrás de si um partido que tem algum – cada vez menos – apoio popular. Guilherme Pinto, o actual Presidente da Câmara, Narciso Miranda, o anterior Presidente, e Guilherme Aguiar, o da bola. Em redor deles tudo será decidido.
Naturalmente, cada um terá as suas razões para a escolha que faz. E, muitas vezes, até para as escolhas que não faz. Aliás, essa é uma abordagem que eu costumo fazer para as minhas próprias escolhas neste domínio. Em quem é que eu não devo votar, pelas características que tem? Quem é que não me dá garantias de administrar o que é de todos nós com zelo e competência? Quem é que eu conheço bem e sei com o que posso contar e quem é que me é totalmente desconhecido, a não ser por este breve instante de uma campanha eleitoral? Quem é que respeita a minha inteligência – grande ou pequena que ela seja – e não está constantemente a deitar-me poeira para os olhos? Quem é que é trabalhador e interessado, mais do que interesseiro? Quem é que exerce o poder porque este foi ter com ele e, por isso, não é capaz de fazer tudo e dizer tudo só para o conservar, e quem é que trava uma luta desesperada para chegar ao poder? Quem é que não precisa da política para sobreviver, porque tem outra profissão, e quem é que, se não for político, não tem mais nada para fazer neste mundo?
Isto é, a abordagem que costumo fazer é a da desconfiança. Tento ver, nos candidatos, aquilo que são pontos negativos. O que conta para a minha escolha não é o que qualquer pessoa diz que faz, mas sim o que realmente já fez na vida. Uma personagem bem conhecida de Matosinhos costumava dizer que “em Matosinhos, não importa quem faz, importa que se faça”. Uma pena que, hoje, passe a vida a dizer que, em Matosinhos, foi ele que fez tudo. Não foi. E, sobretudo, os que se lhe seguiram fizeram mais em menos tempo e melhor. Sem necessidade nenhuma de andarem por aí a gabarem-se, até daquilo relativamente ao qual todos os méritos que alardeia ou alardeou não foram seus.
Até hoje, não me tenho dado mal com as minhas escolhas e, sobretudo, tenho tido um sono tranquilo. Por isso, resolvi falar disso aqui.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 29/9/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1974, verifica-se em Portugal grande agitação política. Um apelo do então General António de Spínola, Presidente da República, à "maioria silenciosa" do país fornecia o pretexto aos comunistas para darem um passo mais em direcção ao controlo do Poder em Portugal. No dia seguinte, o General demite-se de Presidente e é substituído pelo então General Costa Gomes. E os comunistas avançam para o segundo golpe, que se verificará em 11 de Março do ano seguinte. Só a 25 de Novembro do ano seguinte a evolução viria a ser invertida.
25.9.09
FRASE DO DIA
MEMÓRIA
OS ESTERTORES DA AGONIA
Na sequência dos acontecimentos da lota de Matosinhos, o Secretário Geral da Federação Distrital do Partido Socialista, Doutor Francisco de Assis, decidiu pedir a convocação de eleições antecipadas para a referida estrutura. Recordemos que o Doutor Francisco de Assis ganhara as eleições para esse cargo ao Senhor Narciso Miranda, mas não conseguira assegurar maioria no respectivo Secretariado. O que, na realidade dos factos, lhe veio a coartar bastante a sua capacidade de acção. Tendo, no linguarejar político local, que dividir o poder como o mesmo Narciso Miranda. Foi para, de uma vez por todas, tentar terminar com esta situação extremamente dúbia, que o Doutor Francisco de Assis solicitou as eleições antecipadas.
Mas a realização das ditas eleições depende da aprovação do Secretariado Regional. E aí, a maioria é de Narciso Miranda e dos seus apaniguados. O natural seria que estes também estivessem interessados nas mesmas eleições. Se a razão está do seu lado, como tanto têm vindo a apregoar, não deveriam temê-las. Mas a verdade é que estão a tentar encontrar argumentos para que elas não se realizem. Pelo menos para já. Vá lá a gente entender isto. Toda a minha experiência política me diz que a atitude que qualquer político toma, relativamente a eleições é a seguinte: se achas que podes ganhá-las, exige-as; se pensas que podes perdê-las, adia-as. E, a meu ver, é neste quadro que a explicação para o comportamento da facção Narciso Miranda tem que ser encontrada.
Mas sendo assim, a explicação é fácil. A facção Narciso Miranda no Secretariado Regional do PS não quer eleições porque, muito provavelmente, está convencida de que as perderá. E, perdendo-as, tal será a morte política do seu líder. Mas os factos da lota de Matosinhos são tão graves - foi o próprio Doutor António Costa, do PS, a afirmá-lo agora mesmo - que outro epílogo parece não ser de esperar do que a referida morte política. Se não acontecer em eleições, acontecerá na secretaria. O que faz destas manobras a que vimos assistindo antênticos estertores de agonia política.
Tudo isto coloca a cúpula do Partido Socialista numa encruzilhada de sentido único. Não tem por onde escolher. Tem mesmo que vir à praça pública dizer quem, no seu entender e depois das averiguações efectuadas, foi o responsável pelos acontecimentos no lota de Matosinhos. Se não por outra razão - e há várias - porque o cadáver de um homem bom - que lhes emprestou o nome para umas eleições europeias - não descansará no túmulo antes de bem se conhecerem os responsáveis directos e imediatos pela sua morte.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 26/6/2004
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1176, foram trasladados para Lisboa os restos mortais de São Vicente de Fora.
Vicente de Saragoça, também conhecido como São Vicente de Fora, foi um mártir do início do século IV que sofreu o martírio em Valência. Entre as muitas localidades e igrejas de que é orago, contam-se a Diocese do Algarve e o Patriarcado de Lisboa, em cuja Sé se encontram algumas das suas relíquias. É o santo padroeiro de Lisboa. Durante o Império de Diocleciano, o delegado imperial Daciano moveu na Ibéria uma perseguição aos cristãos. Vicente recusou oferecer sacrifícios aos deuses e foi cruelmente martirizado até à morte, que terá ocorrido em 304.
Em Portugal é representado de modos diversos: com palma e evangeliário ou, mais habitualmente, com uma barca e um corvo, porque, de acordo com a tradição, quando, em 1173, o rei Afonso Henriques ordenou que as relíquias do santo fossem trazidas do Cabo de São Vicente (o então «Promontorium Sacrum»), junto a Sagres, para a cidade de Lisboa, duas daquelas aves velaram o corpo do santo que seguia a bordo da barca – facto a que ainda hoje aludem as armas de Lisboa e de muitas outras povoações portuguesas. Em França, S. Vicente é padroeiro dos vinhateiros e profissões afins, e porta como insígnias um cacho de uvas, para além da palma do martírio.
(Fonte: Wikipedia)
Vicente de Saragoça, também conhecido como São Vicente de Fora, foi um mártir do início do século IV que sofreu o martírio em Valência. Entre as muitas localidades e igrejas de que é orago, contam-se a Diocese do Algarve e o Patriarcado de Lisboa, em cuja Sé se encontram algumas das suas relíquias. É o santo padroeiro de Lisboa. Durante o Império de Diocleciano, o delegado imperial Daciano moveu na Ibéria uma perseguição aos cristãos. Vicente recusou oferecer sacrifícios aos deuses e foi cruelmente martirizado até à morte, que terá ocorrido em 304.
Em Portugal é representado de modos diversos: com palma e evangeliário ou, mais habitualmente, com uma barca e um corvo, porque, de acordo com a tradição, quando, em 1173, o rei Afonso Henriques ordenou que as relíquias do santo fossem trazidas do Cabo de São Vicente (o então «Promontorium Sacrum»), junto a Sagres, para a cidade de Lisboa, duas daquelas aves velaram o corpo do santo que seguia a bordo da barca – facto a que ainda hoje aludem as armas de Lisboa e de muitas outras povoações portuguesas. Em França, S. Vicente é padroeiro dos vinhateiros e profissões afins, e porta como insígnias um cacho de uvas, para além da palma do martírio.
(Fonte: Wikipedia)
24.9.09
FRASE DO DIA
CRÓNICA DA SEMANA - II
O DESASTRE
Sinto, neste momento, uma desolada simpatia por Manuel Ferreira Leite. Uma senhora que é a antítese do político tradicional. Não fala muito. Não é demagógica. Amante do rigor. Profissionalmente competente. Eticamente irrepreensível. Atirada para a liderança de um dos grandes Partidos portugueses num momento em que este se encontrava destroçado mas, súbita e surpreendentemente, com todas as possibilidades de ganhar as eleições legislativas, como as eleições europeias mostraram amplamente. Lançada nas andanças superiores da política nacional por aquele que, com o seu comportamento, viria a fazê-la desbaratar o capital acumulado. Cavaco Silva. Seu Primeiro-Ministro no passado e, hoje, seu Presidente da República. O episódio da presumida vigilância da Presidência da República por parte do Governo é um desastre diabólico cuja principal vítima é precisamente a líder do PSD. Por tudo aquilo que conheço dela, uma vítima inocente, cujo único pecado foi ter acreditado que o silêncio da Presidência significava serem verdadeiras as suspeitas que ali grassavam sobre a dita vigilância. Não há outro modo de interpretar o tão longo silêncio do Presidente. Com uma agravante. É que ao demitir o seu assessor de imprensa (ao que parece, o principal responsável pelos factos na origem do desastre) a escassos dias das eleições, uma vez mais silenciosamente, foi o primeiro, na praça pública, a chamar mentirosa a Manuela Ferreira Leite. Se não estão, no espírito do Presidente, desígnios só acessíveis aos deuses, não se pode imaginar comportamento politicamente mais canhestro daquele que escolhemos para supremo magistrado da Nação. Repito, um desastre. Um desastre que me faz sentir um leve remorso por nele ter votado para meu Presidente.
Estes factos vão ter consequências profundas para todos nós, uma vez que, muito provavelmente, retiram ao PSD e à doutora Manuela Ferreira Leite qualquer hipótese de ganhar as eleições. O que significa que vamos ter o engenheiro Sócrates a chefiar os destinos do país por mais quatro anos. O que significa que, provavelmente, a ele se juntará um próximo Presidente da área socialista, a cobrir as decisões do mesmo. O que significa que, aberta ou ocultamente, vamos ter um Partido Marxista-Leninista (o Bloco, teoricamente localizado nos finais do século XIX) a influenciar as decisões governamentais. O que significa que o Estado vai continuar a ser despesista. O que significa que vamos ter os parcos recursos de que dispomos desbaratados em obras faraónicas. O que significa que, mais tarde ou mais cedo, com o próximo ou qualquer outro Governo que se lhe suceda, vamos ter os nossos impostos conduzidos para níveis por ora inimagináveis. O que significa que vamos continuar a ter falta de exigência nas nossas escolas e, por isso, que as gerações que se nos seguirão vão estar menos preparadas para cumprir o seu papel social. O que significa que a Família vai perder ainda mais a já escassa importância que presentemente tem. O que significa, sobretudo, que vamos continuar a ter um Presente sacrificado em nome de um Futuro que nunca mais chegará.
Este último é um dos aspectos que mais me atrai no discurso e nos propósitos de Manuela Ferreira Leite. Ao contrário daquilo que tenho ouvido desde a Revolução dos Cravos, Manuela fala mais no presente do que no Futuro. O Futuro é um fogo fátuo cujo uso é permanente nos políticos demagógicos. O voto que estes captam, com tal discurso, é o da esperança. Uma esperança permanentemente diluída na dureza da realidade. E, sinceramente, eu estou farto desse discurso. É evidente que não se pode nem deve comprometer o futuro com aquilo que se faz hoje. Mas nós, os que aqui estamos neste momento, temos tanto direito a ser felizes quanto as gerações vindouras. Pensamento para que se estão nas tintas os políticos que querem ter pulso livre para todos os desmandos. É que, se tudo é feito em nome do Futuro, então todas as consequências actuais daquilo que fazem não são observáveis nem sancionáveis. Manuela assumiu, deliberadamente, que queria modificar o Presente. Onde o seu principal adversário dizia que estava a salvar a Segurança Social para o ano de 2050, Manuela dizia que queria aliviar os custos actuais com a Segurança Social já. Onde aquele distribuía computadores – num negócio chorudo para uma empresa amiga – ela dizia que queria aumento da exigência escolar já. Onde aquele dizia que queria um TGV a ligar Porto com Lisboa, ganhando quinze minutos de viagem, ela dizia que queria ajudar as pequenas empresas a empregar mais gente já. Onde aquele prometia mundos e fundos, mais mundos que fundos, ela dizia que não prometia o que não sabia se podia cumprir. E, ao ouvi-la, eu sentia a minha inteligência bem tratada, com o respeito de quem não se diz político de qualidade única numa inteira geração. A minha desolação também tem a ver com isto. Vou continuar a ser tratado como um esvaziado mental, incapaz de fazer uma simples soma de dois mais dois sem a ajuda do “Magalhães”.
Estas consequências – e muitas mais que encheriam, por si só, este espaço que o Director do Jornal pacientemente coloca à minha disposição – terão um tempo de reversão extremamente longo. O único remédio visível seria nós não confundirmos aquilo que Manuela Ferreira Leite disse, erradamente mas de boa fé, com aquilo que ela quer fazer. Seria vermos nela uma vítima e não uma culpada. Mas tal parece impossível. Em política, o que parece é, disse alguém mais sabedor do que eu. E eu acho que tem e continuará a ter razão. Por outro lado, se isto pode ser certo relativamente a Manuela, como é que podemos confiar os destinos do País a gente que age com tamanha inabilidade política? E esta é a última das consequências, lastimável, de tudo isto. A última esperança de que a coisa pública não está inteiramente dependente dos governantes, com os seus interesses e desejos, tem residido no Presidente da República. E agora? Que é feito dessa nossa esperança? Não está feita em fanicos? Para quem se afirmou como não desejoso de intervir na campanha eleitoral, o Presidente da República teve uma intervenção inultrapassável. E não adianta vir dar explicações depois das eleições. Porque, então, todas as consequências estarão imparavelmente em curso. Quando essas explicações chegarem, eu já não ouvirei. Terei, provavelmente, ido à pesca. Estou mesmo a pensar se não vou à pesca já no próximo Sábado, fazendo de conta que as eleições de Domingo nada têm a ver comigo.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 24/9/2009
Sinto, neste momento, uma desolada simpatia por Manuel Ferreira Leite. Uma senhora que é a antítese do político tradicional. Não fala muito. Não é demagógica. Amante do rigor. Profissionalmente competente. Eticamente irrepreensível. Atirada para a liderança de um dos grandes Partidos portugueses num momento em que este se encontrava destroçado mas, súbita e surpreendentemente, com todas as possibilidades de ganhar as eleições legislativas, como as eleições europeias mostraram amplamente. Lançada nas andanças superiores da política nacional por aquele que, com o seu comportamento, viria a fazê-la desbaratar o capital acumulado. Cavaco Silva. Seu Primeiro-Ministro no passado e, hoje, seu Presidente da República. O episódio da presumida vigilância da Presidência da República por parte do Governo é um desastre diabólico cuja principal vítima é precisamente a líder do PSD. Por tudo aquilo que conheço dela, uma vítima inocente, cujo único pecado foi ter acreditado que o silêncio da Presidência significava serem verdadeiras as suspeitas que ali grassavam sobre a dita vigilância. Não há outro modo de interpretar o tão longo silêncio do Presidente. Com uma agravante. É que ao demitir o seu assessor de imprensa (ao que parece, o principal responsável pelos factos na origem do desastre) a escassos dias das eleições, uma vez mais silenciosamente, foi o primeiro, na praça pública, a chamar mentirosa a Manuela Ferreira Leite. Se não estão, no espírito do Presidente, desígnios só acessíveis aos deuses, não se pode imaginar comportamento politicamente mais canhestro daquele que escolhemos para supremo magistrado da Nação. Repito, um desastre. Um desastre que me faz sentir um leve remorso por nele ter votado para meu Presidente.
Estes factos vão ter consequências profundas para todos nós, uma vez que, muito provavelmente, retiram ao PSD e à doutora Manuela Ferreira Leite qualquer hipótese de ganhar as eleições. O que significa que vamos ter o engenheiro Sócrates a chefiar os destinos do país por mais quatro anos. O que significa que, provavelmente, a ele se juntará um próximo Presidente da área socialista, a cobrir as decisões do mesmo. O que significa que, aberta ou ocultamente, vamos ter um Partido Marxista-Leninista (o Bloco, teoricamente localizado nos finais do século XIX) a influenciar as decisões governamentais. O que significa que o Estado vai continuar a ser despesista. O que significa que vamos ter os parcos recursos de que dispomos desbaratados em obras faraónicas. O que significa que, mais tarde ou mais cedo, com o próximo ou qualquer outro Governo que se lhe suceda, vamos ter os nossos impostos conduzidos para níveis por ora inimagináveis. O que significa que vamos continuar a ter falta de exigência nas nossas escolas e, por isso, que as gerações que se nos seguirão vão estar menos preparadas para cumprir o seu papel social. O que significa que a Família vai perder ainda mais a já escassa importância que presentemente tem. O que significa, sobretudo, que vamos continuar a ter um Presente sacrificado em nome de um Futuro que nunca mais chegará.
Este último é um dos aspectos que mais me atrai no discurso e nos propósitos de Manuela Ferreira Leite. Ao contrário daquilo que tenho ouvido desde a Revolução dos Cravos, Manuela fala mais no presente do que no Futuro. O Futuro é um fogo fátuo cujo uso é permanente nos políticos demagógicos. O voto que estes captam, com tal discurso, é o da esperança. Uma esperança permanentemente diluída na dureza da realidade. E, sinceramente, eu estou farto desse discurso. É evidente que não se pode nem deve comprometer o futuro com aquilo que se faz hoje. Mas nós, os que aqui estamos neste momento, temos tanto direito a ser felizes quanto as gerações vindouras. Pensamento para que se estão nas tintas os políticos que querem ter pulso livre para todos os desmandos. É que, se tudo é feito em nome do Futuro, então todas as consequências actuais daquilo que fazem não são observáveis nem sancionáveis. Manuela assumiu, deliberadamente, que queria modificar o Presente. Onde o seu principal adversário dizia que estava a salvar a Segurança Social para o ano de 2050, Manuela dizia que queria aliviar os custos actuais com a Segurança Social já. Onde aquele distribuía computadores – num negócio chorudo para uma empresa amiga – ela dizia que queria aumento da exigência escolar já. Onde aquele dizia que queria um TGV a ligar Porto com Lisboa, ganhando quinze minutos de viagem, ela dizia que queria ajudar as pequenas empresas a empregar mais gente já. Onde aquele prometia mundos e fundos, mais mundos que fundos, ela dizia que não prometia o que não sabia se podia cumprir. E, ao ouvi-la, eu sentia a minha inteligência bem tratada, com o respeito de quem não se diz político de qualidade única numa inteira geração. A minha desolação também tem a ver com isto. Vou continuar a ser tratado como um esvaziado mental, incapaz de fazer uma simples soma de dois mais dois sem a ajuda do “Magalhães”.
Estas consequências – e muitas mais que encheriam, por si só, este espaço que o Director do Jornal pacientemente coloca à minha disposição – terão um tempo de reversão extremamente longo. O único remédio visível seria nós não confundirmos aquilo que Manuela Ferreira Leite disse, erradamente mas de boa fé, com aquilo que ela quer fazer. Seria vermos nela uma vítima e não uma culpada. Mas tal parece impossível. Em política, o que parece é, disse alguém mais sabedor do que eu. E eu acho que tem e continuará a ter razão. Por outro lado, se isto pode ser certo relativamente a Manuela, como é que podemos confiar os destinos do País a gente que age com tamanha inabilidade política? E esta é a última das consequências, lastimável, de tudo isto. A última esperança de que a coisa pública não está inteiramente dependente dos governantes, com os seus interesses e desejos, tem residido no Presidente da República. E agora? Que é feito dessa nossa esperança? Não está feita em fanicos? Para quem se afirmou como não desejoso de intervir na campanha eleitoral, o Presidente da República teve uma intervenção inultrapassável. E não adianta vir dar explicações depois das eleições. Porque, então, todas as consequências estarão imparavelmente em curso. Quando essas explicações chegarem, eu já não ouvirei. Terei, provavelmente, ido à pesca. Estou mesmo a pensar se não vou à pesca já no próximo Sábado, fazendo de conta que as eleições de Domingo nada têm a ver comigo.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 24/9/2009
EFEMÉRDE DO DIA
Neste dia, em 1834, faleceu o rei de Portugal D. Pedro IV e Imperador do Brasil D. Pedro I.
Em Portugal é conhecido como O Rei-Soldado, por combater o irmão D. Miguel na Guerra Civil de 1832-34 ou O Rei-Imperador. É também conhecido, de ambos os lados do oceano Atlântico, como O Libertador — Libertador do Brasil do domínio português e Libertador de Portugal do governo absolutista. D. Pedro IV abdicou de ambas as coroas: da portuguesa para a filha D. Maria da Glória e da brasileira para o filho D. Pedro II. D. Pedro IV era o quarto filho (segundo varão) do rei D. João VI e de sua mulher, Carlota Joaquina de Bourbon, princesa de Espanha, primogênita do rei espanhol Carlos IV da Espanha. Tornou-se herdeiro depois da morte do seu irmão mais velho, Francisco (1795 - 1801).
Em Portugal é conhecido como O Rei-Soldado, por combater o irmão D. Miguel na Guerra Civil de 1832-34 ou O Rei-Imperador. É também conhecido, de ambos os lados do oceano Atlântico, como O Libertador — Libertador do Brasil do domínio português e Libertador de Portugal do governo absolutista. D. Pedro IV abdicou de ambas as coroas: da portuguesa para a filha D. Maria da Glória e da brasileira para o filho D. Pedro II. D. Pedro IV era o quarto filho (segundo varão) do rei D. João VI e de sua mulher, Carlota Joaquina de Bourbon, princesa de Espanha, primogênita do rei espanhol Carlos IV da Espanha. Tornou-se herdeiro depois da morte do seu irmão mais velho, Francisco (1795 - 1801).
22.9.09
FRASE DO DIA
"Ninguém perdoará se se perceber que as suspeitas (da Presidência da República) ou não existiam, ou não tinnam fundamento, ou eram simplesmente paranóicas."
José Manuel Fernandes - PÚBLICO - 22/9/2009
***
Quer apostar?!... Então o engenheiro Sócrates, que não podia ter recebido maior ajuda para a sua periclitante campanha do que o comportamento de Belém, não vai perdoar uma coisa dessas?...
José Manuel Fernandes - PÚBLICO - 22/9/2009
***
Quer apostar?!... Então o engenheiro Sócrates, que não podia ter recebido maior ajuda para a sua periclitante campanha do que o comportamento de Belém, não vai perdoar uma coisa dessas?...
21.9.09
MEMÓRIA
CENAS DE UM FILME DE TERROR
Cena 1: Eleições na concelhia de Matosinhos do Partido Socialista. Concorrem o Dr. Manuel Seabra e o snr. Narciso Miranda. O primeiro ganha. Surgem noticias de militantes inscritos à última hora, todos com endereço em casa de Narciso Miranda. Não vi desmentidos.
Cena 2: Eleições na JS de Matosinhos. Concorrem duas listas, uma afecta ao Dr. Manuel Seabra e outra ao snr. Narciso Miranda. Volta a ganhar o Dr. Manuel Seabra, através da lista que lhe é afecta. E com essa vitória, ganha a maioria na Comissão Política Concelhia.
Cena 3: O Dr. Manuel Seabra anuncia a sua disponibilidade para se candidatar a Presidente da Câmara de Matosinhos nas próximas autárquicas. O snr Narciso Miranda também. A partir deste momento, o ambiente político em Matosinhos adensa-se. O filme passa de crónica de costumes a filme de terror.
Cena 4: O Dr. Manuel Seabra passa a ser alvo de acusações, umas mais veladas que outras, de incompetência. É mesmo afastado de alguns cargos que ocupa, como aconteceu no caso da ADEIMA.
Cena 5: Surge a campanha eleitoral para as eleições europeias de 2004. Há a visita dos candidatos socialistas à lota de Matosinhos. Esta cena do filme só a vi na televisão, como quase Portugal inteiro. Uma barafunda. Agarrado ao braço de Sousa Franco, o cabeça de lista socialista, o snr. Narciso Miranda. Encolhido. Como se fosse um homem prestes a afogar-se. Gritos a favor do Dr. Manuel Seabra e a favor do snr. Narciso Miranda. Rodeando Sousa Franco e Narciso, uns fortalhaços, de óculos escuros, à agente da CIA. Virá a dizer-se que eram capangas. Podiam ser guarda-costas. Mas os organizadores da campanha dizem que não contrataram ninguém.
Cena 6: Sousa Franco, saúde precária, momentâneamente agravada pela barafunda da lota, morre na nossa terra, no chão da Avenida da República. A frio, o snr. Narciso Miranda informa o país de ter recebido informações fidedignas de que havia vinte indivíduos contratados para lhe bater, na lota. E aponta implicitamente os responsáveis: os apaniguados do Dr. Manuel Seabra.
Cena 7: O snr. Narciso Miranda informa não ter contratado nenhuns capangas. Fico intrigado. Os capangas protegiam-no, era visível na TV. O Dr. Manuel Seabra não tinha sido ameaçado, não tinha de que proteger-se. Ou os capangas decidiram actuar por vontade própria ou foram contratados pelas peixeiras da lota, penso com os meus botões.
Cena 8: O snr. Narciso Miranda apresenta, como prova das ameaças de agressão, uma carta anónima. Há muitas cartas anónimas a rodear o snr. Narciso Miranda. Uma vez, uma delas determinou uma investigação da Polícia Judiciária. Então, o senhor disse cobras e lagartos das cartas anónimas. Agora recebeu ele mesmo uma. Deu-lhe crédito integral, pelos vistos.
Cena 9: Ainda não se conhece esta cena. Há-de ser a Comissão de Inquérito nomeada pelo PS a escrevê-la. Mas o meu Leitor pode deitar-se a adivinhar. Ofereço um livro de minha autoria a todos os leitores que me escrevam a contar esta cena e acertem no epílogo.
Magalhães Pinto, MATOSINHOS HOJE, 21/6/2004
CRÓNICA DA SEMANA - I
O IMPORTANTE
A maior parte daquilo que foi discutido, até agora, na campanha eleitoral para a Assembleia da República, não nos interessa para nada. Que nos importam as discussões sobre escutas e espionagem entre o Governo e a Presidência da República? Nada. Que nos importa, em si mesma, a existência de comboios de alta velocidade? Nada. Que nos importam os PPR feitos pela gente do Bloco de Esquerda, que passa a vida a dizer mal deles? Nada. Que nos importa a asfixia democrática que se sente mas que não tem condições para vingar? Nada. E podíamos ir por aí fora. A campanha eleitoral tem sido uma gigantesca peça de teatro, destinada a levar-nos a reboque, onde, naturalmente, uns são melhores actores do que outros. Mas seria uma tragédia para Portugal se todos nós nos convencêssemos de que a nossa vida é o que se passa no palco onde essa peça de teatro é representada. Não é. São coisas muito diferentes que são importantes para a nossa vida.
Importante é saber qual dos candidatos está em melhores condições, por aquilo que pensa, para estancar o desemprego, primeiro, e reduzi-lo, depois. Mais de meio milhão de portugueses em idade de trabalhar não tem emprego. É necessário fazer urgentemente qualquer coisa para que eles encontrem trabalho o mais depressa possível.
Importante é saber quem é que está em condições de governar de tal modo que não seja necessário aumentar os impostos para níveis ainda mais insuportáveis do que os actuais. O que exige que quem governe não seja despesista e seja antes um economicista. Os recursos do Estado são inesgotáveis apenas porque um Governo pode aumentar os impostos até níveis incomensuráveis. E quanto mais o Governo gasta daquilo que produzimos menos fica para nós.
Importante é saber quem é que nos pode melhorar os serviços de saúde, de um modo particular, e os da segurança social, em geral. Nas vertentes preventiva e curativa. Para os novos e para os velhos. Temos que acabar com a tragédia de haver pessoas que não têm a assistência tão pronta como necessitam e de haver velhos que não têm a velhice digna que merecem.
Importante é saber quem nos pode dar justiça simples e rápida. A justiça fora de tempo não é justiça nenhuma.
Importante é saber quem é capaz de educar os nossos filhos e netos, preparando-os bem para, como eles dizem, os “desafios do futuro”. Um futuro em que se fala muito mas de que cuidam tão pouco.
Depois de pensarmos um bocadinho nisto, e com a vantagem de já conhecermos bem um dos principais contendores e o que ele fez ou deixou de fazer, então sim, podemos colocar a nossa cruz no voto. Se tivermos pensado bem, essa cruz estará, seguramente, no lugar correcto. E poderemos dormir tranquilos. A nossa escolha terá sido a melhor.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, 21/9/2009
A maior parte daquilo que foi discutido, até agora, na campanha eleitoral para a Assembleia da República, não nos interessa para nada. Que nos importam as discussões sobre escutas e espionagem entre o Governo e a Presidência da República? Nada. Que nos importa, em si mesma, a existência de comboios de alta velocidade? Nada. Que nos importam os PPR feitos pela gente do Bloco de Esquerda, que passa a vida a dizer mal deles? Nada. Que nos importa a asfixia democrática que se sente mas que não tem condições para vingar? Nada. E podíamos ir por aí fora. A campanha eleitoral tem sido uma gigantesca peça de teatro, destinada a levar-nos a reboque, onde, naturalmente, uns são melhores actores do que outros. Mas seria uma tragédia para Portugal se todos nós nos convencêssemos de que a nossa vida é o que se passa no palco onde essa peça de teatro é representada. Não é. São coisas muito diferentes que são importantes para a nossa vida.
Importante é saber qual dos candidatos está em melhores condições, por aquilo que pensa, para estancar o desemprego, primeiro, e reduzi-lo, depois. Mais de meio milhão de portugueses em idade de trabalhar não tem emprego. É necessário fazer urgentemente qualquer coisa para que eles encontrem trabalho o mais depressa possível.
Importante é saber quem é que está em condições de governar de tal modo que não seja necessário aumentar os impostos para níveis ainda mais insuportáveis do que os actuais. O que exige que quem governe não seja despesista e seja antes um economicista. Os recursos do Estado são inesgotáveis apenas porque um Governo pode aumentar os impostos até níveis incomensuráveis. E quanto mais o Governo gasta daquilo que produzimos menos fica para nós.
Importante é saber quem é que nos pode melhorar os serviços de saúde, de um modo particular, e os da segurança social, em geral. Nas vertentes preventiva e curativa. Para os novos e para os velhos. Temos que acabar com a tragédia de haver pessoas que não têm a assistência tão pronta como necessitam e de haver velhos que não têm a velhice digna que merecem.
Importante é saber quem nos pode dar justiça simples e rápida. A justiça fora de tempo não é justiça nenhuma.
Importante é saber quem é capaz de educar os nossos filhos e netos, preparando-os bem para, como eles dizem, os “desafios do futuro”. Um futuro em que se fala muito mas de que cuidam tão pouco.
Depois de pensarmos um bocadinho nisto, e com a vantagem de já conhecermos bem um dos principais contendores e o que ele fez ou deixou de fazer, então sim, podemos colocar a nossa cruz no voto. Se tivermos pensado bem, essa cruz estará, seguramente, no lugar correcto. E poderemos dormir tranquilos. A nossa escolha terá sido a melhor.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, 21/9/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
20.9.09
FRASE DO DIA
"Magistrado (Rui Teixeira, o juiz que mandou deter o deputado socialista Paulo Pedroso, no caso Casa Pia)recorreu da decisão do Conselho Superior de Magistratura de lhe suspender a avaliação por proposta de três conselheiros indicados pelo PS."
Sub-título do PÚBLICO - 20/9/2009
***
Ora cá está o desmentido oficial de que Manuela Ferreira Leite tenha razão no caso da asfixia democrática...
Sub-título do PÚBLICO - 20/9/2009
***
Ora cá está o desmentido oficial de que Manuela Ferreira Leite tenha razão no caso da asfixia democrática...
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1519, partiu, de San Lúcar de Barrameda, em Espanha, o navegador português Fernão de Magalhães, comandando as naus que efectuariam a primeira viagem de circum-navegação do globo terrestre.
A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens. A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Em outra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na "San Antonio" onde a tripulação, sem que soubesse seu capitão-mor, iniciou uma viagem de volta (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. No Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostenta o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na Ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.
A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.
Mapa da expedição: a vermelho a rota percorrida, e a verde indica-se o local onde faleceu Fernão de Magalhães.Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram seu suprimento de especiarias. Trinidad acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidad, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contatar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de S. Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.
Uma única nau tinha completado a circunavegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento.
(Fonte: Wikipedia)
A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens. A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Em outra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na "San Antonio" onde a tripulação, sem que soubesse seu capitão-mor, iniciou uma viagem de volta (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. No Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostenta o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na Ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.
A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.
Mapa da expedição: a vermelho a rota percorrida, e a verde indica-se o local onde faleceu Fernão de Magalhães.Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram seu suprimento de especiarias. Trinidad acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidad, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contatar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de S. Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.
Uma única nau tinha completado a circunavegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento.
(Fonte: Wikipedia)
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