AGORA NÓS
Concluíram-se as eleições legislativas com o resultado esperado. De um modo geral, pode dizer-se que todos os partidos perderam, com excepção do CDS/PP. Até mesmo o Bloco de Esquerda, cuja ambição de chegar aos dois dígitos parece não ser atingido no momento em que escrevo. Para já, estes resultados são bons porque correspondem à escolha do Povo. No futuro se verão as consequências disto.
Vamos agora às autárquicas. As quais são muito diferentes. Os partidos contam muito menos do que os candidatos. E, mais do que na generalidade dos municípios portugueses, tal será verdade aqui em Matosinhos. Onde os cidadãos terão que escolher entre dois que conhecem sobejamente e um de quem, até há pouco, apenas se pensava que tinha vindo à bola, mas que traz atrás de si um partido que tem algum – cada vez menos – apoio popular. Guilherme Pinto, o actual Presidente da Câmara, Narciso Miranda, o anterior Presidente, e Guilherme Aguiar, o da bola. Em redor deles tudo será decidido.
Naturalmente, cada um terá as suas razões para a escolha que faz. E, muitas vezes, até para as escolhas que não faz. Aliás, essa é uma abordagem que eu costumo fazer para as minhas próprias escolhas neste domínio. Em quem é que eu não devo votar, pelas características que tem? Quem é que não me dá garantias de administrar o que é de todos nós com zelo e competência? Quem é que eu conheço bem e sei com o que posso contar e quem é que me é totalmente desconhecido, a não ser por este breve instante de uma campanha eleitoral? Quem é que respeita a minha inteligência – grande ou pequena que ela seja – e não está constantemente a deitar-me poeira para os olhos? Quem é que é trabalhador e interessado, mais do que interesseiro? Quem é que exerce o poder porque este foi ter com ele e, por isso, não é capaz de fazer tudo e dizer tudo só para o conservar, e quem é que trava uma luta desesperada para chegar ao poder? Quem é que não precisa da política para sobreviver, porque tem outra profissão, e quem é que, se não for político, não tem mais nada para fazer neste mundo?
Isto é, a abordagem que costumo fazer é a da desconfiança. Tento ver, nos candidatos, aquilo que são pontos negativos. O que conta para a minha escolha não é o que qualquer pessoa diz que faz, mas sim o que realmente já fez na vida. Uma personagem bem conhecida de Matosinhos costumava dizer que “em Matosinhos, não importa quem faz, importa que se faça”. Uma pena que, hoje, passe a vida a dizer que, em Matosinhos, foi ele que fez tudo. Não foi. E, sobretudo, os que se lhe seguiram fizeram mais em menos tempo e melhor. Sem necessidade nenhuma de andarem por aí a gabarem-se, até daquilo relativamente ao qual todos os méritos que alardeia ou alardeou não foram seus.
Até hoje, não me tenho dado mal com as minhas escolhas e, sobretudo, tenho tido um sono tranquilo. Por isso, resolvi falar disso aqui.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 29/9/2009
1 comentário:
Interessante esta sua reflexão.
Concordo literalmente com ela, direi ainda o seguinte, a candidatura de Guilherme Aguiar está minada de compadrios e de Amigos.
Os Matosinhenses no dia 11 não se vão deixar enganar...votaram óbvimente contra o compadrio e contra os Amigos.
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