Neste dia, em 1862, faleceu Manuel da Silva Passos, mais conhecido por Passos Manuel, advogado, parlamentar brilhante, ministro em vários ministérios e um dos vultos mais proeminentes das primeiras décadas do liberalismo, encarnando a esquerda do movimento vintista na fase inicial da monarquia constitucional, tendo depois assumido o papel de líder incontestado dos setembristas.
Manuel da Silva Passos nasceu na freguesia de Guifões, no então julgado de Bouças, hoje concelho de Matosinhos, filho de Antónia Maria da Silva Passos e de seu marido Manuel da Silva Passos, lavrador com interesses na Real Companhia dos Vinhos do Alto Douro e em casas comerciais do Porto. Era o segundo filho do casal. No dizer de Oliveira Martins, os seus pais, pequenos proprietários rurais do Minho, tinham na Companhia dos Vinhos e em casas de comércio do Porto o melhor de sessenta mil cruzados de riqueza móvel. Tal permitiria mais tarde a Manuel Passos, e a seu irmão primogénito José Passos, serem mandados a Coimbra, onde só iam os abastados.
Quando D. Pedro IV organizou, em Belle Isle, a expedição de socorro aos liberais da ilha Terceira, os irmãos Passos, dada a sua inimizade em relação à Regência instalada naquela ilha, foram dos que ficaram para trás, não tendo passado pelo exílio nos Açores nem tido parte no Desembarque do Mindelo. Consolidada a presença liberal no Porto, apresentou-se ali a 9 de Agosto de 1832, onde foi integrado, por ordem de Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, o futuro marquês de Sá da Bandeira, como oficial no Batalhão de Voluntários de Leça, estacionado na Foz do Douro, passando a participar intensamente na actividade política que se desenvolveu durante o cerco do Porto, iniciando o percurso que o levaria ao Parlamento e ao Governo.
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