(continuação)
A avenida principal da cidade, alongando-se desde o rio até ao Palácio do Governador, na Praça do Império, era larga, com várias faixas de rodagem, e parecia ter sido copiada da Avenida da Liberdade em Lisboa. Cá em baixo, junto às ruas comerciais, erguia-se o imponente edifício da Casa Gouveia, pertencente à CUF do Barreiro, ao que diziam o principal empório colonial da Guiné. Do mesmo lado, e sensivelmente a meio da Avenida, um outro amplo edifício, onde estavam instalados os correios. Do lado direito quem subia, logo no início, era o Café Bento, com a sua enorme esplanada. E quase em frente aos correios, o único hotel digno desse nome existente em Bissau. No resto, tudo eram vivendas de luxo, pertencentes a brancos e a um ou outro consulado. A avenida terminava numa grande praça, ornamentada pela estátua de Honório Barreto, um herói da pacificação da Guiné. De frente para a avenida. Tal como o Palácio do Governador da Província, então o General Arnaldo Schultz. O palácio, um largo edifício de dois pisos, majestoso, imperial, altaneiro, com um bonito e bem tratado jardim à frente, parecia querer dominar toda a cidade. Ao seu lado esquerdo, um outro, moderno, quase todo em vidro, onde se encontrava instalada a Associação Comercial, tertúlia quase exclusiva da gente bem da Província, daquela que raramente descia à rua. Da Praça do Império, como se fossem dois braços enormes da larga avenida, saiam duas outras ruas também bem rasgadas. A do lado esquerdo do palácio, para quem dali olhava o rio, conduzia a ruas secundárias da cidade e, daí, lá para cima, para onde estava instalado o Quartel General. Enquanto a do lado direito atravessava a cidade em direcção ao aeroporto de Brá e, daí, prosseguia em direcção ao norte, passando por Mansoa, onde se bifurcava em duas, uma para Bissorã e Farim e outra para Mansabá, Olossato e Bafatá.
(continua)
Magalhães Pinto
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