A cada dia que passa, os governantes e deputados que temos vão afundando o país num clima de permissividade geral. Os alunos passam sem saber. Aceitam-se delatores. Promove-se o mau comportamento. Desculpa-se tudo e todos. Criam-se leis que desagravam as penas. Aceita-se que um criminoso pode ir para casa, bastando pensar-se que se sabe onde ele está. Ironicamente, os únicos criminosos do país parecem ser os fumadores de tabaco, para os quais se fazem leis que deles fazem proscritos. E é mais perseguido alguém que não pagou um imposto do que alguém que matou um ser humano. E as pessoas, os cidadãos comuns, deixam andar tudo isto sem um remoque, sem uma censura, sem um protesto. É como se já estivéssemos contagiados pela doença da permissividade e achássemos que os governantes podem fazer tudo o que lhes apetece. Não! Não podem! Este país tem que se erguer e dizer: BASTA! Não podem utilizar o voto que lhes damos para nos colocar em riscos agravados. Pensa-se fazer referendos para saber se aceitamos a Constituição da Europa e não fazemos referendos para saber se os cidadãos aceitam uma lei que os coloca em perigo. BASTA! Este tem que ser o grito audível em todo o país. No Governo que fez a lei, no Parlamento que a deixou passar e no Presidente da República que a promulgou, estão os verdadeiros assassinos do Vítor Maia. O homem honesto e trabalhador, de 39 anos, pai de dois filhos, morador em Vila do Conde, que morreu diante dos disparos de um criminoso que devia estar na prisão e que aqueles colocaram em casa, sem autorização de ninguém a não ser deles próprios, sem o controlar.
Excerto da crónica O CRIME E OS AUTORES - Magalhães Pinto - "MATOSINHOS HOJE" - 17/12/2007
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