. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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15.12.07
OS HERÓIS E O MEDO - 116º. fascículo
(continuação)
Os soldados iam deixando o navio, escada do portaló abaixo, numa imagem inversa, de filme ao contrário, da de Lisboa. O navio não atracava, provavelmente devido ao seu tamanho. Lanchas de desembarque faziam o transbordo para o cais. Novamente a recriação dos tempos idos. Mais bordado, menos atavio, só as hélices faziam a diferença para os remos. Mas devia ter sido assim que os primeiros marinheiros tinham ido das caravelas para a margem. Em caíques. Doutros séculos. O cais, até aí cinzento, começou a ganhar uma pronunciada tonalidade amarela, dada pelas fardas. Novamente o fervilhar dos insectos. Num vai e vém aparentemente sem destino. Cumprindo a ordem de alguém, começaram a alinhar-se, ao longo do cais, numa formatura ainda disforme. As quatro companhias. Três operacionais e uma de comando e serviços. Cerca de uma hora depois, todos os militares estavam em terra e devidamente alinhados. Foi quando chegou um jipe com um anafado brigadeiro. Viria a deduzir-se, depois, pelo que disse, ser o Governador da Guiné, simultâneamente Comandante-Chefe das Forças Armadas.
Promete. Nome alemão. Schultz. Com um nome assim, temos a guerra perdida.
(continua)
Magalhães Pinto
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