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3.10.07

OS HERÓIS E O MEDO - 43º. fascículo

(continuação)

A prevenção acabou às seis horas da manhã. Quando chegou a mensagem cifrada do Quartel General. Tinha sido mais um rebate falso, provavelmente. Desde o assalto ao quartel em Beja, as informações pareciam ter endoidecido. António Soveral vestiu-se aprumadamente, como era seu hábito. Chegava a espantar os seus mais próximos colaboradores com o aprumo da sua presença, fossem quais fossem as condições. Avisou o segundo comandante de que não sabia se regressaria ao quartel nesse dia. Mas podia ser encontrado, a partir das duas da tarde, no Ministério do Exército. Conhecia-lhe bem os corredores e conheciam-no bem ali. Em tempos idos fora adido ao Ministério, ainda este se chamava da Guerra. Uma mudança que sempre pintava nos seus olhos um sorriso de ironia. Enquanto o país estivera em paz, o Ministério fora da Guerra. Agora, que o país estava em guerra, o Ministério deixara de o ser.

(continua)
Magalhães Pinto

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