(continuação)
Regressados, foi tempo de Mário preparar as coisas para ir de abalada até Santa Margarida, onde o batalhão de que era parte seria formado e receberia os últimos treinos.
VII
Para o Álvaro, a fé religiosa era algo mais do que um simples sentimento. Tinha razões para isso. E tudo o que lhe acontecia era por ele imputado a uma vontade superior, metafísica. Tudo aceitava sem grandes euforias - quando os acontecimentos eram bons - e sem grandes amarguras - quando traziam consigo o sabor da desgraça. Assim sucedera quando o pai, pescador artesanal, se ficara lá pelo mar numa noite de tempestade, deixando a mãe, precocemente envelhecida, e um irmão, com grave doença mental, de sobrevivência suspensa dos seus braços ainda frágeis. Vontade da Divina Providência acreditava o Álvaro, como quando o milagre se dera.
(continua)
Magalhães Pinto
Sem comentários:
Enviar um comentário