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28.3.11

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1810, nasceu o historiador português Alexandre Herculano.

Herculano deixou ensaios sobre diversas questões polémicas da época, que se somam à sua intensa actividade jornalística.

A parte mais significativa da obra literária de Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao género conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor seus enredos. Dessa forma, o autor situa ação num tempo passado, procurando reconstituir uma época. Para isso, contribuem descrições pormenorizadas de quadros antigos, como festas religiosas, indumentárias, ambientes e aposentos, topografias de cidades. São frequentes as intervenções do narrador, que tece comentários filosóficos, sociais ou políticos, muitas vezes relacionando o passado narrado com o quotidiano do século XIX.

A narrativa de caráter histórico foi desenvolvida inicialmente por Walter Scott (1771-1832), poeta e novelista escocês que escreveu A Balada do Último Menestrel e Ivanhoé,entre outros trabalhos. Também o francês Vitor Hugo (1802-1885) serviu de modelo a Herculano: Hugo escreveu o romance histórico Nossa Senhora de Paris, em que surge Quasimodo, o famoso “Corcunda de Notre-Dame”. A partir desses modelos, desenvolveu-se a narrativa histórica de Herculano, que pode ser considerada o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal.

As Lendas e Narrativas são formadas por textos mais ou menos curtos, que se podem considerar contos e novelas. Herculano abordou vários períodos da historia da Península Ibérica. É evidente a preferência do autor pela Idade Média, época em que, segundo ele, se encontravam as raízes da nacionalidade portuguesa.

O trabalho literário de Herculano foi, juntamente com as Viagens na Minha Terra, de Garrett, o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal. Assim, a partir disto, as narrativas históricas foram gradualmente focando épocas cada vez mais próximas do século XIX.


1 comentário:

cidissima disse...

O Monge De Cister
(Alexandre Herculano)

Com os seus três romances históricos - Eurico, o Presbítero, O Monge de Cister e O Bobo - Herculano pretendia reconstruir a história de Portugal, desde as lutas da reconquista do território aos árabes invasores, até ao final da Idade Média, e à formação do Estado Português. A ação deste romance decorre em finais do séc.XIV (1385) e o seu protagonista, Vasco da Silva, roído de ciúmes, deseja matar Lopo Mendes Por este ter casado Com Leonor, a mulher que ele amava. E queria também vingar o pai que tinha sido ofendido por um cavaleiro, Fernando Afonso, que tinha ainda abusado da sua irmã Beatriz. Profundamente arrependido de ter acabado com a vida de Lopo Mendes, Vasco decide tornar-se padre, enquanto sua irmã é abandonada pelo seu sedutor. Com o objetivo de incentivar o ódio de Vasco, D. João de Ornelas, o abade de Alcobaça, diz-lhe que, além de ter seduzido a sua irmã Beatriz, Fernando Afonso era também amante de D. Leonor, a mulher que ele nunca deixara de amar. Beatriz morre e Vasco revela ao Rei D. João I o passado tenebroso e maléfico de Fernando Afonso que é, por isso, condenado a morrer na fogueira. E, por fim, também Vasco morre.


Cida