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22.3.11

OS PORTUGUESES - XLV


"A preparação e execução da conjura político-militar pôde mais facilmente ser encoberta, escapando à espionagem castelhana, precisamente através dos preparativos militares da nobreza destinados à guerra da Catalunha...

Um dos graves problemas que tiveram os conjurados a resolver foi o de encontrar quem aceitasse o poder supremo de que pretendiam apoderar-se. Durante muito tempo, o Duque de Bragança ponderou a situação sem se comprometer: 'Era bom confessor, ouvia e calava', como dizia um texto da época. E de tal modo se calou que os conjurados chegaram a admitir a hipótese de oferecer o poder ao seu irmão D. Duarte ou mesmo, se necessário, proclamavam uma república. Por volta de 25 de Novembro, porém, aceitou assumir a realeza, ao extinguir-se o tempo limite para a recuperação do poder. Na manhã do primeiro de Dezembro, com efeito, os conjurados, cumprindo um plano bem elaborado, dominam a guarda real do palácio real, executam o Secretário de Estado Miguel de Vasconcelos e mandam atirar para o terreiro, de uma janela do forte onde se encontrava, o seu corpo, símbolo do domínio opressor, e prendem os principais membros castelhanos do governo, a vice-rei (Duquesa de Mântua) e o marquês de La Puebla. Ao mesmo tempo, de uma janela do mesmo corredor por onde foi defenestrado Miguel de Vasconcelos, D. Miguel de Almeida aclama D. João IV perante o povo, em baixo, 'que na forma ajustada havia ali concorrido com os principais dele'. "

(Fonte: História de Portugal, dirigida por João Medina)

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