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24.3.11

OS PORTUGUESES - XLVII


"Os delegados portugueses ao Concílio de Trento exprimiram claramente que era definitiva a clarificação dos dogmas cristãos, que tardava há muito. Alguns desses delegados foram homens de grande craveira. Porém, a todos se sobrelevou D. Frei Bartolomeu dos Mártires, pela sua coragem, energia e clarividência. Coube-lhe pronunciar-se sobre a disciplina eclesiástica, a qual conhecia como ninguém, pois percorrera com demora a sua arquidiocese, sem desfalecimentos nem intimidações, durante dois anos. Para ele, reformar não era apenas produzir leis, pois 'ficar na lei é continuar nos abusos'. A renovação que ele exigia começava pela vida dos clérigos e pelos próprios cardeais reunidos ali; exame rigoroso de competências, vida impoluta. O remédio não era amputar membros, mas curá-los. Os povos precisavam de ser doutrinados e, por isso, o catecismo e a pregação deviam atacar os vícios e fugir da retórica e das subtilezas.

(Fonte: História de Portugal, dirigida por João Medina)

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