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. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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29.1.07
CRONICA DA SEMANA
O concurso da RTP. "O MAIOR PORTUGUÊS" Um absurdo. Como li algures, é estultícia tentar encontrar UM grande português, o MAIOR de todos. Felizmente, temos na nossa História muitos Portugueses, assim, grandes, de maiúscula. E o que poderíamos fazer seria encontrar o maior em cada uma das áreas em que podemos dividir a nossa vida colectiva desde que somos gente. Creio mesmo que, se a tendência do resultado final se mantiver, vai ser um grande embaraço nacional. Não lembraria ao diabo que os portugueses - os votantes, claro - pudessem considerar António de Oliveira Salazar o maior, trinta anos já passados sobre a revolução que "mandou para os infernos" o regime que ele representava. Mas está mais para isso que para outra coisa. E o embaraço será seguro, muito provavelmente. Embaraço acrescentado pela ocupação do segundo lugar por alguém que, a seu modo, era também um Salazar: Álvaro Cunhal.
...
Descontemos o facto de a votação não ser representativa. Afinal, só votou, até agora, "meia dúzia" de pessoas. E a meu ver, as razões para as votações colhidas pelos dois políticos são muito próximas. Apenas diferen as classes sociais que tinham essas razões.
Quer se queira ou não queira, a par dos aspectos execrandos, há aspectos em Salazar que são positivos. Ou, pelo menos, que o povo profundo e anónimo considera positivos. Desde logo, a sua honestidade venal. Podemos acusar Salazar de tudo, menos de que se tenha aproveitado do Poder em seu benefício pessoal. Salazar morreu pobre, depois de ter reinado mais de trinta anos com poder absoluto. Como a senhora doutora Lídia Jorge sabe, o mesmo não se pode dizer de muito político post-Salazar. E bastaria atentar nas dificuldades existentes para aprovar uma Lei que permita averiguar o enriquecimento ilícito, para começarmos a imaginar que, se calhar, a realidade ainda é muito pior do que a conhecemos.
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Excerto da crónica " O PIOR CEGO" - Magalhães Pinto - Vida Económica - 1/2/2007
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Descontemos o facto de a votação não ser representativa. Afinal, só votou, até agora, "meia dúzia" de pessoas. E a meu ver, as razões para as votações colhidas pelos dois políticos são muito próximas. Apenas diferen as classes sociais que tinham essas razões.
Quer se queira ou não queira, a par dos aspectos execrandos, há aspectos em Salazar que são positivos. Ou, pelo menos, que o povo profundo e anónimo considera positivos. Desde logo, a sua honestidade venal. Podemos acusar Salazar de tudo, menos de que se tenha aproveitado do Poder em seu benefício pessoal. Salazar morreu pobre, depois de ter reinado mais de trinta anos com poder absoluto. Como a senhora doutora Lídia Jorge sabe, o mesmo não se pode dizer de muito político post-Salazar. E bastaria atentar nas dificuldades existentes para aprovar uma Lei que permita averiguar o enriquecimento ilícito, para começarmos a imaginar que, se calhar, a realidade ainda é muito pior do que a conhecemos.
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Excerto da crónica " O PIOR CEGO" - Magalhães Pinto - Vida Económica - 1/2/2007
PENSAMENTO DO DIA
Todos os argumentos servem ao Governo para sacar mais uns euros. Divertido, olho o futuro, tentando estimar quando estalará a revolta.
FRASE DO DIA
"O Governo prepara-se para introduzir portagens na entrada de veículos automóveis nas grandes cidades."
Todos os órgãos de comunicação - 30/1/2007
***
Que alívio! Ainda não é desta que tenho que pagar para pôr o carro na garagem!...
Todos os órgãos de comunicação - 30/1/2007
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Que alívio! Ainda não é desta que tenho que pagar para pôr o carro na garagem!...
HORROR!
AVISO
O sinal de um sobrescrito no rodapé de cada artigo publicado permite-lhe enviar aos amigos alguma dessas publicações que julgue do interesse deles.
PENSAMENTO DO DIA
A postagem abaixo, "Miguel Sousa Tavares e os Professores", e a nota de um professor publicada na secção "Opinião dos Leitores" do "Público" de hoje, intitulada "Aulas de substituição e percentagens", demonstram, de modo insofismável, o absurdo a que foi reduzido o ensino em Portugal.
FRASE DO DIA
"A independêncianão é um direito dos tribunais, é um direito dos cidadãos. O nosso sistema de Justiça é um sistema normativo, abstracto, formal que, quando é confrontado com a Vida nem sempre responde adequadamente."
Laborinho Lúcio (ex-Ministro da Justiça)- Público - 29/1/2007
(a propósito do caso Luís Gomes)
***
Subitamente, com uma frase plena de lucidez, Laborinho Lúcio recoloca a Justiça na dignidade. Mas não consegue evitar que pensemos na necessidade de adequar o nosso sistema à Vida. Não pode ser a Vida a ajustar-se à Justiça.
28.1.07
MIGUEL SOUSA TAVARES E OS PROFESSORES
Por alegadamente não ter sido publicada pelo "Expresso" a carta da Professora Doutora em História Moderna e Contemporânea, Dalila Cabrita Mateus, em resposta a uma crónica de Miguel Sousa Tavares levada ao píblico por aquele jornal, tomamos a liberdade de a publicar aqui.
Dada a sua extensão, apenas o primeiro parágrafo está publicado na página, encontrando-se o remanescente no primeiro comentário a esta postagem.
***
Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta.
(continua no primeiro comentário a esta postagem)
PENSAMENTO DO DIA
O Banco Comercial Português-Millenium, que, na OPA sobre o BPA, pôde contar com a conivência de um Ministro das Finanças em nome de argumentos pouco inteligíveis - vidé meu livro "A OPA", editado pela Vida Económica - e que, na altura era maioritariamente controlado por capital estrangeiro (não sei se ainda é), confessa que a OPA sobre o BPI falhou devido à permissão dada pelo Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, para que um accionista espanhol deste aumentasse a sua participação no banco nortenho.
Acho que o Poder do dinheiro e da Opus Dei falharam, desta vez, em algum momento e lugar.
Acho que o Poder do dinheiro e da Opus Dei falharam, desta vez, em algum momento e lugar.
FRASE DO DIA
27.1.07
RETALHOS LITERARIOS
Se o Homem é essencialmente razão, sentimento e vontade, então o produto da sua acção, no que de humano contém, surge da interpenetração dependente desses três factores, que nele são primordiais. E a acção do Homem não é senão a execução voluntariosa duma escolha racional, joeirada pelo sentimento, numa operação complexa onde a soma das parcelas de igual valia não é geralmente a contagem sucessiva e acumulada das unidades que as compõem. Mas operação na qual sabemos, por postulado intuitivo, que quando, simultaneamente, a razão não erra, o sentimento não adormece, a vontade não vacila, o resultado atingido é o correcto; e que basta a falha de um só dos três factores para que o resultado surja falseado, por vezes tragicamente.
Hitler não falha na vontade com que executa as acções necessárias para cumprimento da sua escolha; falha porque a escolha é feita no pressuposto errado de que o bem alemão dependia do mal dos outros povos; e falha ainda porque o sentimento adormecido o cega ao ponto de não ver que qualquer vida humana equivale a outra vida humana.
Karl Marx não erra na análise das condições históricas que conduziram o Homem material à desigual situação hoje existente; nem o seu sentimento desperto deixa de ver que tal situação é profundamente injusta. Erra ao dirigir para o confronto, para a luta, para o ódio, um ser que é naturalmente solidário, pacífico, amante.
A responsabilidade e a felicidade de ser Homem, de mãos dadas. Responsabilidade porque o Homem pensa, o Homem sente, o Homem quer. E é pensando, sentindo e querendo que o Homem age. E é agindo que ele traça o seu destino, que ele constrói o seu futuro, que define o sentido da sua existência. responsabilidade inalienável, ela própria, porque resulta do que é essencial ao Homem, síntese definidora deste. Isto é, em última análise, ser Homem é responsabilidade.
Excerto da conferência "QUE FAZEIS DO MEU MUNDO" - Magalhães Pinto
Hitler não falha na vontade com que executa as acções necessárias para cumprimento da sua escolha; falha porque a escolha é feita no pressuposto errado de que o bem alemão dependia do mal dos outros povos; e falha ainda porque o sentimento adormecido o cega ao ponto de não ver que qualquer vida humana equivale a outra vida humana.
Karl Marx não erra na análise das condições históricas que conduziram o Homem material à desigual situação hoje existente; nem o seu sentimento desperto deixa de ver que tal situação é profundamente injusta. Erra ao dirigir para o confronto, para a luta, para o ódio, um ser que é naturalmente solidário, pacífico, amante.
A responsabilidade e a felicidade de ser Homem, de mãos dadas. Responsabilidade porque o Homem pensa, o Homem sente, o Homem quer. E é pensando, sentindo e querendo que o Homem age. E é agindo que ele traça o seu destino, que ele constrói o seu futuro, que define o sentido da sua existência. responsabilidade inalienável, ela própria, porque resulta do que é essencial ao Homem, síntese definidora deste. Isto é, em última análise, ser Homem é responsabilidade.
Excerto da conferência "QUE FAZEIS DO MEU MUNDO" - Magalhães Pinto
PENSAMENTO DO DIA
Depois do Partido Socialista, também o PSD se "esqueceu" da lei do enriquecimento ilícito proposta por Cravinho. O enriquecimento ilícito está a um passo da licitude.
FRASE DO DIA
"Quatro mil portuguesas fizeram aborto em Badajoz no ano passado."
Título do SOL - 27/1/2006
***
É melhor dizer SIM no próximo referendo. Se tivermos que fazer cadeias para tantas mulheres, ainda vamos pagar mais impostos...
Título do SOL - 27/1/2006
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É melhor dizer SIM no próximo referendo. Se tivermos que fazer cadeias para tantas mulheres, ainda vamos pagar mais impostos...
26.1.07
AVISO
O sinal de um sobrescrito no rodapé de cada artigo publicado permite-lhe enviar aos amigos alguma dessas publicações que julgue do interesse deles.
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
O absurdo da sentença que atingiu o sargento Luís Matos Gomes tem uma caricatura cruel para a Justiça Portuguesa. O pedido de redução de pena apresentado pela acusação - Ministério Público - no recurso da defesa para tribunal superior.
25.1.07
MEMORIA
O Governo, ao contrário dos Contribuintes, deve viver num país das maravilhas. Presumir que não há crises, que o desemprego crescente não arrasta a margem de manobra económica e financeira do pequeno empresário, que a margem de lucro é esmagada em tempos difíceis, que todos os negócios são iguais, que mesmo as taxas médias de lucro, em tempos normais, permitem pagamentos por conta – não devolutíveis – ao nível a que foram fixados, é viver num etéreo, irreal país das maravilhas. Ao fixar os pagamentos por conta por referência às vendas e ao nível a que os fixou, o Governo está a presumir que os negócios dão todos, pelo menos, uma margem de lucro líquida – note-se bem, LÍQUIDA, antes de impostos sobre o rendimento – de 10%. Faço um desafio ao Governo: que mande alguém comigo fazer as contas de tantas pequenas e médias empresas, de tanto pequeno comerciante. O qual, pura e simplesmente, não vai poder efectuar, por falta de recursos, os pagamentos por conta do IRC. E ninguém pode pedir a ninguém que faça mais do que aquilo que pode. Vão chover, portanto, os não pagadores do estabelecido pela Lei. E, desta vez, nem sequer vão ficar à espera dum qualquer perdão de juros para pagamentos atrasados. Porque não podendo pagar agora, nunca mais vão poder pagar.
...
Como todas as leis cegas, também esta é absurda. E o que é mais lamentável é que não haverá modo de recuperar o que não for pago ao Estado. A justiça não poderá funcionar para tantos casos. É o entupimento. E, para ganhar justificação para eventuais exigências futuras, os pequenos e médios empresários procurarão arranjar as coisas de molde a que venha a verificar-se à posteriori, que não tinham nada a pagar por conta desde que não houvesse nada a pagar sem ser por conta.
E este é o outro absurdo. Como é que se pode pagar por conta de alguma coisa que, provavelmente, não existirá? Um absurdo traduzido apenas num nome sem qualquer significado real. Chama-se "pagamento por conta" como se poderia chamar "pagamento mínimo" ou "pagamento obrigatório" ou "confisco" ou "violência fiscal" ou quejandos nomes. Um pagamento que destrói o princípio constitucional de que cada um de nós – indivíduos ou entes colectivos – deverá contribuir, nos impostos, na medida do que pode. A justiça relativa entre os Contribuintes é totalmente destruída por esta norma iníqua inventada por Sousa Franco e revista e melhorada por todos os Ministros das Finanças que se lhe seguiram.
...
Estamos a seguir um caminho profundamente errado. Que apenas tende a piorar as coisas. No próximo ano, face à evasão ou à falta de pagamento gigantescas que vão verificar-se, o Governo, se seguir na esteira do que agora faz, ver-se-á compelido a adoptar medidas que, cada vez mais, aproximarão da revolta geral os Contribuintes que ainda vão pagando alguma coisa. E uma revolta geral, em termos de Contribuintes, seria muito mais grave que uma greve geral declarada por todos os sindicatos e obedecida por todos os trabalhadores. Creio que o Estado, por falta de medidas corajosamente reformadoras do sistema fiscal por parte dos governantes, se aproxima perigosamente desse momento. Em outras funções que não estas que aqui desempenho, tenho bastante feed-back dos Contribuintes. E posso aperceber-me do crescente apelo à revolta fiscal. Se a surdez e a cegueira dos governantes persistirem, Deus nos ajude nos tempos que aí vêm.
Excertos da crónica O PAÍS DAS MARAVILHAS - Magalhães Pinto - Vida Económica - Novembro de 2002
...
Como todas as leis cegas, também esta é absurda. E o que é mais lamentável é que não haverá modo de recuperar o que não for pago ao Estado. A justiça não poderá funcionar para tantos casos. É o entupimento. E, para ganhar justificação para eventuais exigências futuras, os pequenos e médios empresários procurarão arranjar as coisas de molde a que venha a verificar-se à posteriori, que não tinham nada a pagar por conta desde que não houvesse nada a pagar sem ser por conta.
E este é o outro absurdo. Como é que se pode pagar por conta de alguma coisa que, provavelmente, não existirá? Um absurdo traduzido apenas num nome sem qualquer significado real. Chama-se "pagamento por conta" como se poderia chamar "pagamento mínimo" ou "pagamento obrigatório" ou "confisco" ou "violência fiscal" ou quejandos nomes. Um pagamento que destrói o princípio constitucional de que cada um de nós – indivíduos ou entes colectivos – deverá contribuir, nos impostos, na medida do que pode. A justiça relativa entre os Contribuintes é totalmente destruída por esta norma iníqua inventada por Sousa Franco e revista e melhorada por todos os Ministros das Finanças que se lhe seguiram.
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Estamos a seguir um caminho profundamente errado. Que apenas tende a piorar as coisas. No próximo ano, face à evasão ou à falta de pagamento gigantescas que vão verificar-se, o Governo, se seguir na esteira do que agora faz, ver-se-á compelido a adoptar medidas que, cada vez mais, aproximarão da revolta geral os Contribuintes que ainda vão pagando alguma coisa. E uma revolta geral, em termos de Contribuintes, seria muito mais grave que uma greve geral declarada por todos os sindicatos e obedecida por todos os trabalhadores. Creio que o Estado, por falta de medidas corajosamente reformadoras do sistema fiscal por parte dos governantes, se aproxima perigosamente desse momento. Em outras funções que não estas que aqui desempenho, tenho bastante feed-back dos Contribuintes. E posso aperceber-me do crescente apelo à revolta fiscal. Se a surdez e a cegueira dos governantes persistirem, Deus nos ajude nos tempos que aí vêm.
Excertos da crónica O PAÍS DAS MARAVILHAS - Magalhães Pinto - Vida Económica - Novembro de 2002
PENSAMENTO DO DIA
Que fará um Primeiro Ministro dizer que o ónus da prova, no que respeita à corrupção, pertence ao Estado e que o Governo é um defensor inexorável dos direitos dos cidadãos, quando, na esfera do Direito Fiscal, espezinha tais direitos e manda o ónus da prova às malvas? Se não é desfaçatez, é pelo menos uma demagogia absolutamente intragável!...
FRASE DO DIA
24.1.07
FRASE DO DIA
"Até hoje, os governos andaram a tentar mudar o país em meia dúzia de anos."
Rui Ramos - Público - 24/1/2007
***
... pudera!... Nenhum tem mais tempo do que isso!...
Rui Ramos - Público - 24/1/2007
***
... pudera!... Nenhum tem mais tempo do que isso!...
PENSAMENTO DO DIA
A CRONICA DA SEMANA
A OPA do Millenium/BCP sobre o BPI já se arrasta há muito tempo. E não é possível a quem, como eu, viveu a outra operação semelhante ocorrida há doze anos atrás, deixar de fazer comparações. Falo, naturalmente, da OPA do BCP sobre o BPA (vidé a minha descrição romanceada em "A OPA", editada pela Vida Económica em 1996).
Onde aqui, hoje, levamos quase um ano já, desde que foi anunciada a OPA pelo Millenium, a outra foi decidida num relâmpago. Os rumores sobre o lançamento da OPA surgiram no dia 1 de Janeiro de 1995, foi formalmente anunciada um par de dias depois e, numa semana, foi autorizada pelo Governo. E, conforme conto na obra citada e nela procuro demonstrar, é bem possível que a aprovação tenha surgido numa simples reunião com o Ministro das Finanças, no dia 31 de Dezembro de 1994. Isto é, a autorização pode ter demorado apenas o tempo que vai do pôr-do-sol de um dia até ao seu nascimento no dia seguinte. Era, então, Ministro das Finanças um senhor chamado Eduardo Catroga, o mesmo que, no decurso já desta OPA, voltou a assumir posições públicas de defesa do BCP, através da publicação de artigos de ataque às "Cajas" espanholas, sendo que uma delas é um dos mais fortes accionistas do BPI e um dos prioncipais esteios da resistência à OPA agora lançada pelo banco em grande parte gerido, como é público e notório, pelos homens da Opus Dei. E foi assim rápida a decisão, apesar do universo financeiro português estar mais periclitante na altura do que agora. Inclusivamente, o BCP não tinha capacidade financeira para "agarrar" o BPA e teve que utilizar uma complexa engenharia financeira, com a Companhia de Seguros Império (do Grupo Mello) por parceira. As autoridades de então - leia-se, Eduardo Catroga - decidiram fechar os olhos a tal engenharia, inadmissível pelas mais elementares regras prudenciais para o sector financeiro,
A jogada actual do Millenium/BCP foi extremamente arriscada. Desconhecço, naturalmente, as razões que conduziram à decisão de lançar uma OPA sobre o segundo maior Banco comercial português. Podemos inventariar algumas, umas mais lisonjeiras que outras. Naturalmente, a ambição de crescer. Há dois modos para atingir tal objectivo. Um, prosseguindo afincadamente o objectivo de uma maior quota de mercado, através da excelência dos serviços prestados e da confiança merecida a esse mesmo mercado. Outra, "caçando" concorrentes. Depois de uma primeira fase, em que o BCP cresceu graças aos métodos inovadores da sua acção, a partir de 1994 a estratégia de crescimento seguida foi, essencialmente esta. Não apenas no espaço nacional mas também no estrangeiro.
Uma segunda razão para a realização da OPA pode ser a de eliminar um concorrente que provou ser, ao longo destes anos (tempos do BPA incluídos) o único capaz de definir uma estratégia simultâneamente ofensiva e defensiva capaz de ombrear com a do Banco voraz. A consequência natural do sucesso da OPA seria a de deixar uma fatia do mercado avassaladora nas mãos do BCP, permitindo-lhe dar ordens, inclusivamente ao poder político. Algo que suspeitamos ser também característica da Opus Dei. Tem sido, por vezes, excessiva a presença de gente próxima de si, comr poder nos corredores do Poder. Veja-se como o actual Presidente e sucessor de Jardim Gonçalves foi Ministro da Presidência de Cavaco Silva num dos Governos deste.
Uma terceira razão para a OPA seria a da necessidade de equilibrar, a um nível superior, uma estrutura patrimonial anquilosada e atingida por alguns insucessos na estratégia de desenvolvimento além fronteiras.
Uma quarta razão, mais pessoal e talvez mais inverosímil, seria a da emulação. Novo Presidente, com ambições de afirmação e motivado pelos sucessos do seu mentor e anterior Presidente, Teixeira Pinto poderá ter lançado a ideia de controlar por inteiro uma grande instituição financeira concorrente. Não acreditamos muito nesta teoria. Como adiante se verá, a estratégia mostrou-se - mostrava-se logo à partida, tal como aqui dei conta há alguns meses atrás - extremamente arriscada. E não acredito que os demais órgãos do Banco e seus membros tiveessem aprovado uma operação arriscada, inspirada apenas por esta razão. O maior argumento que haveria para defender uma tal atitude seria a da facilidade com que havia decorrido a OPA sobre o BPA. Só que era logo, também, muito visível que os casos não eram comparáveis. Estar motivado por tal argumento seria um erro colossal. Há muitas diferenças entre as duas situações.
Excerto da crónica UMA SITUAÇÃO PERIGOSA - Magalhães Pinto - Vida Económica - 24/1/2007
Onde aqui, hoje, levamos quase um ano já, desde que foi anunciada a OPA pelo Millenium, a outra foi decidida num relâmpago. Os rumores sobre o lançamento da OPA surgiram no dia 1 de Janeiro de 1995, foi formalmente anunciada um par de dias depois e, numa semana, foi autorizada pelo Governo. E, conforme conto na obra citada e nela procuro demonstrar, é bem possível que a aprovação tenha surgido numa simples reunião com o Ministro das Finanças, no dia 31 de Dezembro de 1994. Isto é, a autorização pode ter demorado apenas o tempo que vai do pôr-do-sol de um dia até ao seu nascimento no dia seguinte. Era, então, Ministro das Finanças um senhor chamado Eduardo Catroga, o mesmo que, no decurso já desta OPA, voltou a assumir posições públicas de defesa do BCP, através da publicação de artigos de ataque às "Cajas" espanholas, sendo que uma delas é um dos mais fortes accionistas do BPI e um dos prioncipais esteios da resistência à OPA agora lançada pelo banco em grande parte gerido, como é público e notório, pelos homens da Opus Dei. E foi assim rápida a decisão, apesar do universo financeiro português estar mais periclitante na altura do que agora. Inclusivamente, o BCP não tinha capacidade financeira para "agarrar" o BPA e teve que utilizar uma complexa engenharia financeira, com a Companhia de Seguros Império (do Grupo Mello) por parceira. As autoridades de então - leia-se, Eduardo Catroga - decidiram fechar os olhos a tal engenharia, inadmissível pelas mais elementares regras prudenciais para o sector financeiro,
A jogada actual do Millenium/BCP foi extremamente arriscada. Desconhecço, naturalmente, as razões que conduziram à decisão de lançar uma OPA sobre o segundo maior Banco comercial português. Podemos inventariar algumas, umas mais lisonjeiras que outras. Naturalmente, a ambição de crescer. Há dois modos para atingir tal objectivo. Um, prosseguindo afincadamente o objectivo de uma maior quota de mercado, através da excelência dos serviços prestados e da confiança merecida a esse mesmo mercado. Outra, "caçando" concorrentes. Depois de uma primeira fase, em que o BCP cresceu graças aos métodos inovadores da sua acção, a partir de 1994 a estratégia de crescimento seguida foi, essencialmente esta. Não apenas no espaço nacional mas também no estrangeiro.
Uma segunda razão para a realização da OPA pode ser a de eliminar um concorrente que provou ser, ao longo destes anos (tempos do BPA incluídos) o único capaz de definir uma estratégia simultâneamente ofensiva e defensiva capaz de ombrear com a do Banco voraz. A consequência natural do sucesso da OPA seria a de deixar uma fatia do mercado avassaladora nas mãos do BCP, permitindo-lhe dar ordens, inclusivamente ao poder político. Algo que suspeitamos ser também característica da Opus Dei. Tem sido, por vezes, excessiva a presença de gente próxima de si, comr poder nos corredores do Poder. Veja-se como o actual Presidente e sucessor de Jardim Gonçalves foi Ministro da Presidência de Cavaco Silva num dos Governos deste.
Uma terceira razão para a OPA seria a da necessidade de equilibrar, a um nível superior, uma estrutura patrimonial anquilosada e atingida por alguns insucessos na estratégia de desenvolvimento além fronteiras.
Uma quarta razão, mais pessoal e talvez mais inverosímil, seria a da emulação. Novo Presidente, com ambições de afirmação e motivado pelos sucessos do seu mentor e anterior Presidente, Teixeira Pinto poderá ter lançado a ideia de controlar por inteiro uma grande instituição financeira concorrente. Não acreditamos muito nesta teoria. Como adiante se verá, a estratégia mostrou-se - mostrava-se logo à partida, tal como aqui dei conta há alguns meses atrás - extremamente arriscada. E não acredito que os demais órgãos do Banco e seus membros tiveessem aprovado uma operação arriscada, inspirada apenas por esta razão. O maior argumento que haveria para defender uma tal atitude seria a da facilidade com que havia decorrido a OPA sobre o BPA. Só que era logo, também, muito visível que os casos não eram comparáveis. Estar motivado por tal argumento seria um erro colossal. Há muitas diferenças entre as duas situações.
Excerto da crónica UMA SITUAÇÃO PERIGOSA - Magalhães Pinto - Vida Económica - 24/1/2007
23.1.07
AVISO
O sinal de um sobrescrito no rodapé de cada artigo publicado permite-lhe enviar aos amigos alguma dessas publicações que julgue do interesse deles.
FRASE DO DIA
"Carolina Salgado denuncia a existência de um esquema para prejudicar o Benfica."
Título de "Público" - 23/1/2007
***
Luís Filipe Vieira que se cuide. Por este andar, terá uma concorrente de peso nas próximas eleições dos encarnados...
Título de "Público" - 23/1/2007
***
Luís Filipe Vieira que se cuide. Por este andar, terá uma concorrente de peso nas próximas eleições dos encarnados...
PENSAMENTO DO DIA
22.1.07
FRASE DO DIA
"Melhores salários em Espanha desertificam freguesias rurais do Marco de Canaveses."
Luísa Branco Barros - Jornalista - Público - 22/1/2007
***
Não há motivo para preocupações. Ao ritmo a que os empresários espanhóis estão a tomar conta do nosso país, um dia destes são os aldeões de Espanha que começam a vir para cá. E acaba-se o deserto...
Luísa Branco Barros - Jornalista - Público - 22/1/2007
***
Não há motivo para preocupações. Ao ritmo a que os empresários espanhóis estão a tomar conta do nosso país, um dia destes são os aldeões de Espanha que começam a vir para cá. E acaba-se o deserto...
PENSAMENTO DO DIA
Os críticos europeus de cinema que aproveitam do aparecimento do filme "As Bandeiras dos Nossos Pais", de Clint Eastwood, para vomitarem os seus sentimentos de antagonismo aos Estados Unidos, não sabem - ou deliberadamente esquecem - que só o sacrifício de milhões de americanos permitiu que a Europa não sofresse, sabe-se lá por quanto tempo, as agruras de uma barbárie sem nome.
21.1.07
RETALHOS LITERARIOS
O Homem é provido de razão. Pensa. Raciocina. Separa. Compara. Escolhe. Junta. Elabora. Passa do conhecido ao desconhecido, num processo de fabricação catalizado pela inteligência, onde o conhecimento antigo é a matéria prima e cujo produto é novo saber. O Homem é um ser provido de razão. Memoriza. Associa. Relaciona. Experimenta. Mede. Pesa. Prevê. Conclui. Passa da hipótese à tese num processo demonstrativo, onde o pessoal e o possessivo raramente se encontram ainda. O Homem é um ser provido de razão. Como tal, sabe. Conhece. Percebe.
Tremenda responsabilidade esta, a do Homem ... Porque é racional, está impedido de usar a desculpa da ignorância. Sabe o que acontece, quando acontece, como acontece, onde acontece, porque acontece. Pesada responsabilidade, já vamos ver porquê.
Em segundo lugar, o Homem é dotado de sentimento. Sente. Ama. Odeia. Ri. Chora. Passa do riso às lágrimas e volta entre cada pestanejar, às vezes sem usar a razão para saber porquê. O Homem é um ser dotado de sentimento. Emociona-se. Irrita-se. Acalma-se. Alegra-se. Entristece-se. Apavora-se. Encoraja-se. Tudo reflexamente, num mecanismo onde o pessoal é a trave mestra, numa demonstração insofismável de que o sentimento é próprio de cada um. O Homem é um ser dotado de sentimento. Reage impulsivamente, quase irracionalmente, aos estímulos mais comezinhos e estimula racionalmente as reacções mais impulsivas e, por isso, mais primárias. O Homem é um ser dotado de sentimento.
Enorme responsabilidade esta, a do Homem, sentir. Porque nele traz, desde que nasce, a marca indelével do sentimento, está impedido de não saber distinguir o Bem do Mal. Também já veremos porquê tal é uma enorme responsabilidade.
Por fim, o Homem possui uma vontade. Quer. Ou simplesmente deseja. Força. Insiste. Persiste. Muda o curso dos acontecimentos sempre que tal lhe dá na gana. Faz do rio um lago e do lago extrai um rio. Transforma uma floresta num deserto e cria no mais árido deserto a campina mais verdejante. O Homem possui uma vontade. Rasga as fronteiras da Terra antes do século I, as do mar no século XV e as do espaço no século XX. Não tardará a destruir as fronteiras do tempo. O Homem possui uma vontade. E por força dessa vontade, modifica. Constrói. Desfeia. Embeleza. Cria. Faz duma semente uma planta, da planta um fruto, do fruto uma vida. Por força dessa vontade, transcende-se, aproximando-se do espírito supremo, ou degrada-se, aparentando-se aos irracionais. O Homem possui uma vontade. Vontade que pode conduzi-lo a sacrifícios supremos para salvaguardar uma só vida e, paradoxo, pode levá-lo ao sacrifício de cem mil vidas num momento, como aconteceu no holocausto de Hiroshima.
Que grande responsabilidade essa de ser o senhor todo poderoso duma vontade. É porque assim é que o Homem está impedido de usar a desculpa do "foi sem querer". Nunca é "sem querer"!
Provido de razão, dotado de sentimento, senhor duma vontade. A essência, o cerne, o âmago, a alma do Homem! A felicidade e a responsabilidade de ser Homem, de mãos dadas!
Excerto da conferência "QUE FAZEIS DO MEU MUNDO" - Magalhães Pinto
Tremenda responsabilidade esta, a do Homem ... Porque é racional, está impedido de usar a desculpa da ignorância. Sabe o que acontece, quando acontece, como acontece, onde acontece, porque acontece. Pesada responsabilidade, já vamos ver porquê.
Em segundo lugar, o Homem é dotado de sentimento. Sente. Ama. Odeia. Ri. Chora. Passa do riso às lágrimas e volta entre cada pestanejar, às vezes sem usar a razão para saber porquê. O Homem é um ser dotado de sentimento. Emociona-se. Irrita-se. Acalma-se. Alegra-se. Entristece-se. Apavora-se. Encoraja-se. Tudo reflexamente, num mecanismo onde o pessoal é a trave mestra, numa demonstração insofismável de que o sentimento é próprio de cada um. O Homem é um ser dotado de sentimento. Reage impulsivamente, quase irracionalmente, aos estímulos mais comezinhos e estimula racionalmente as reacções mais impulsivas e, por isso, mais primárias. O Homem é um ser dotado de sentimento.
Enorme responsabilidade esta, a do Homem, sentir. Porque nele traz, desde que nasce, a marca indelével do sentimento, está impedido de não saber distinguir o Bem do Mal. Também já veremos porquê tal é uma enorme responsabilidade.
Por fim, o Homem possui uma vontade. Quer. Ou simplesmente deseja. Força. Insiste. Persiste. Muda o curso dos acontecimentos sempre que tal lhe dá na gana. Faz do rio um lago e do lago extrai um rio. Transforma uma floresta num deserto e cria no mais árido deserto a campina mais verdejante. O Homem possui uma vontade. Rasga as fronteiras da Terra antes do século I, as do mar no século XV e as do espaço no século XX. Não tardará a destruir as fronteiras do tempo. O Homem possui uma vontade. E por força dessa vontade, modifica. Constrói. Desfeia. Embeleza. Cria. Faz duma semente uma planta, da planta um fruto, do fruto uma vida. Por força dessa vontade, transcende-se, aproximando-se do espírito supremo, ou degrada-se, aparentando-se aos irracionais. O Homem possui uma vontade. Vontade que pode conduzi-lo a sacrifícios supremos para salvaguardar uma só vida e, paradoxo, pode levá-lo ao sacrifício de cem mil vidas num momento, como aconteceu no holocausto de Hiroshima.
Que grande responsabilidade essa de ser o senhor todo poderoso duma vontade. É porque assim é que o Homem está impedido de usar a desculpa do "foi sem querer". Nunca é "sem querer"!
Provido de razão, dotado de sentimento, senhor duma vontade. A essência, o cerne, o âmago, a alma do Homem! A felicidade e a responsabilidade de ser Homem, de mãos dadas!
Excerto da conferência "QUE FAZEIS DO MEU MUNDO" - Magalhães Pinto
PENSAMENTO DO DIA
A interrupção voluntária da gravidez é uma questão da consciência de cada um. Por isso, não deve ser penalizada criminalmente. Mas é um acto socialmente censurável, como reconhecem os defensores do SIM ao afirmarem que não estamos (por isso, não devemos) a liberalizá-la. Pelo que não deve ser sustentada pela sociedade.
FRASE DO DIA
20.1.07
FRASE DO DIA
"Se Belmiro vencer, mandará à maneira dele. Até lá, mando eu."
Henrique Granadeiro, Presidente da PT - Expresso - 20/1/2007
***
Camões continua actual. Mais um exemplo da vã glória de mandar...
Henrique Granadeiro, Presidente da PT - Expresso - 20/1/2007
***
Camões continua actual. Mais um exemplo da vã glória de mandar...
TLEBS
Deve ser vergonha. As páginas do Ministério da Educação que dão acesso ao conhecimento da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário não estão acessíveis nesta data.
A TLEBS tem uma vantagem indesmentível: faz de todos nós uns ignorantes. E assumir a realidade com a coragem com que a TLEBS o faz é de homem! E se duvida de que somos uns ignorantes, veja apenas o seguinte exemplo. Durante toda a nossa vida, habituamo-nos a dividir os caracteres em duas classes: vogais e consoantes. Vá lá, ainda sabíamos que as consoantes se dividiam em várias classes conforme as peças do aparelho fonético do corpo que utilizávamos. Pois desiluda-se, meu Caro Amigo. É tudo muito mais complexo. Veja só o que as criancinhas e os jovens vão ter que saber, segundo a TLEBS:
B1.1.2) Fonética acústica:
Som:
Fonte de energia;
Fonte sonora;
Caixas de ressonância do tracto vocal;
Classe natural de sons;
Onda sonora:
Frequência fundamental;
Energia;
B1.1.3) Fonética perceptiva:
Aparelho auditivo;
Percepção de fala;
B1.2) Fonologia:
B1.2.1) Nível segmental:
Classificação dos sons:
Fonema;
Segmento:
Traço fonológico;
Semivogal;
Consoante;
Propriedades dos sons:
Vogal:
Vogal oral;
Vogal nasal;
Vogal alta;
Vogal média;
Vogal baixa;
Vogal arredondada;
Vogal adiantada;
Vogal recuada;
Semivogal:
Semivogal oral;
Semivogal nasal;
Semivogal arredondada;
Semivogal adiantada;
Semivogal recuada;
Consoantes:
Consoante surda;
Consoante sonora;
Modo de articulação:
Consoante oclusiva;
Consoante fricativa;
Consoante nasal;
Consoante oral;
Consoante lateral;
Consoante vibrante;
Consoante africada;
Ponto de articulação:
Consoante labial;
Consoante dental;
Consoante alveolar;
Consoante palatal;
Consoante velar;
Sequências de sons:
Ditongo;
Tritongo;
Grupo consonântico;
Hiato;
Gostei de tudo. Mas, muito particularmente:
- das semi-vogais - deve ser o i sem pontinho
- da vogal média - deve ser novamente o i
- da vogal arredondada - deve ser o O
- da vogal adiantada - deve ser o A
- da vogal baixa - deve ser o U
- da vogal recuada - deve ser novamente o U
- da consoante fricativa - cheira-me a conotação sexual
- da consoante africada - deve ser gay
- do tritongo - dever algo como "oio" na palavra "poio".
Compare isto com as publicações do dia 17/1 - MEMÓRIA - e 18/1 - LÍNGUA PÁTRIA - feitas neste blog.
A TLEBS tem uma vantagem indesmentível: faz de todos nós uns ignorantes. E assumir a realidade com a coragem com que a TLEBS o faz é de homem! E se duvida de que somos uns ignorantes, veja apenas o seguinte exemplo. Durante toda a nossa vida, habituamo-nos a dividir os caracteres em duas classes: vogais e consoantes. Vá lá, ainda sabíamos que as consoantes se dividiam em várias classes conforme as peças do aparelho fonético do corpo que utilizávamos. Pois desiluda-se, meu Caro Amigo. É tudo muito mais complexo. Veja só o que as criancinhas e os jovens vão ter que saber, segundo a TLEBS:
B1.1.2) Fonética acústica:
Som:
Fonte de energia;
Fonte sonora;
Caixas de ressonância do tracto vocal;
Classe natural de sons;
Onda sonora:
Frequência fundamental;
Energia;
B1.1.3) Fonética perceptiva:
Aparelho auditivo;
Percepção de fala;
B1.2) Fonologia:
B1.2.1) Nível segmental:
Classificação dos sons:
Fonema;
Segmento:
Traço fonológico;
Semivogal;
Consoante;
Propriedades dos sons:
Vogal:
Vogal oral;
Vogal nasal;
Vogal alta;
Vogal média;
Vogal baixa;
Vogal arredondada;
Vogal adiantada;
Vogal recuada;
Semivogal:
Semivogal oral;
Semivogal nasal;
Semivogal arredondada;
Semivogal adiantada;
Semivogal recuada;
Consoantes:
Consoante surda;
Consoante sonora;
Modo de articulação:
Consoante oclusiva;
Consoante fricativa;
Consoante nasal;
Consoante oral;
Consoante lateral;
Consoante vibrante;
Consoante africada;
Ponto de articulação:
Consoante labial;
Consoante dental;
Consoante alveolar;
Consoante palatal;
Consoante velar;
Sequências de sons:
Ditongo;
Tritongo;
Grupo consonântico;
Hiato;
Gostei de tudo. Mas, muito particularmente:
- das semi-vogais - deve ser o i sem pontinho
- da vogal média - deve ser novamente o i
- da vogal arredondada - deve ser o O
- da vogal adiantada - deve ser o A
- da vogal baixa - deve ser o U
- da vogal recuada - deve ser novamente o U
- da consoante fricativa - cheira-me a conotação sexual
- da consoante africada - deve ser gay
- do tritongo - dever algo como "oio" na palavra "poio".
Compare isto com as publicações do dia 17/1 - MEMÓRIA - e 18/1 - LÍNGUA PÁTRIA - feitas neste blog.
PENSAMENTO DO DIA
Se a consciência moral de um país se levanta, uníssona, para protestar contra uma sentença legal, a Lei que lhe serviu de suporte é iníqua, sem margem para dúvidas. E se um Juiiz aplica uma lei iníqua, produzindo uma sentença que não atende à moral, punindo mais a desobediência à sua "alta" autoridade do que o pretenso crime, é indigno da alta função que lhe cometemos, sem margem para dúvidas. Revogue-se a Lei e corra-se com o Juiz.
19.1.07
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
O Partido Socialista recusou, na Assembleia da República, algumas propostas de combate contra a corrupção do seu deputado João Cravinho. Nomeadamente, a do enriquecimento sem causa, a da criação de uma comissão independente para averiguar os factos, a do alargamento temporal da prescrição dos crimes e a da separação da corrupção por factos lícitos e ilícitos. Está-se mesmo a ver porquê. É que a corrupção é uma na oposição e outra no poder.
18.1.07
SUGESTAO TURISTICA
GRANADA (Espanha)
(clicar nas imagens para ver toda a beleza)
Granada é, porventura, a mais bonita cidade espanhola da Andaluzia, rivalizando com Sevilha.
Foi a capital do último reino árabe na Península Ibérica. O último dos seus sultões árabes, Bohabdil, entregou pacificamente a cidade aos Reis Católicos.
São inúmeros os locais e monumentos de Granada, a justificar uma visita de, pelo menos, três dias.
Ficando paredes meias com a Serra Nevada, de onde se podem disfrutar cenas panorâmicas de incontida beleza.
Entre esses monumentos, sobressae o Alhambra, magnífico e bem conservado exemplo da majestosa e rica arquitectura árabe, de que lhes deixo aqui alguns exemplos, para aguçar o apetite.
(Gentileza de VIAGENS 747)
(clicar nas imagens para ver toda a beleza)
Granada é, porventura, a mais bonita cidade espanhola da Andaluzia, rivalizando com Sevilha.
Foi a capital do último reino árabe na Península Ibérica. O último dos seus sultões árabes, Bohabdil, entregou pacificamente a cidade aos Reis Católicos.
São inúmeros os locais e monumentos de Granada, a justificar uma visita de, pelo menos, três dias.
Ficando paredes meias com a Serra Nevada, de onde se podem disfrutar cenas panorâmicas de incontida beleza.
Entre esses monumentos, sobressae o Alhambra, magnífico e bem conservado exemplo da majestosa e rica arquitectura árabe, de que lhes deixo aqui alguns exemplos, para aguçar o apetite.
(Gentileza de VIAGENS 747)
LÍNGUA PÁTRIA
Pelo interesse de que se reveste, publicamos uma mensagem que nos foi enviada por glerae@ip.pt:
***
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar
"afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via
gramatical - isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a
"empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio
doméstico".
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos";
passaram todos a "auxiliares da acção educativa".
Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia,
tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo
transmudaram-se OS caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas".
Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se
os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em
"interrupção voluntária da gravidez"; os gangues étnicos são "grupos de
jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas,
essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são
"centros de decisão nacionais".
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o
passo à "iliteracia" galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as
classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas
hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a
cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística".
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe
solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a
letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo
verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos
pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm
um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade
dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram
Os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de
desenvolvimento instável".
Ainda há cegos, infelizmente, como nota na sua crónica o
Eurico. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante,
quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente
impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o
"politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da
praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas",
"políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a
«correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
***
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar
"afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via
gramatical - isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a
"empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio
doméstico".
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos";
passaram todos a "auxiliares da acção educativa".
Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia,
tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo
transmudaram-se OS caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas".
Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se
os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em
"interrupção voluntária da gravidez"; os gangues étnicos são "grupos de
jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas,
essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são
"centros de decisão nacionais".
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o
passo à "iliteracia" galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as
classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas
hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a
cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística".
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe
solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a
letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo
verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos
pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm
um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade
dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram
Os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de
desenvolvimento instável".
Ainda há cegos, infelizmente, como nota na sua crónica o
Eurico. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante,
quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente
impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o
"politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da
praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas",
"políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a
«correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
PENSAMENTO DO DIA
A OPA do BCP-Millenium sobre o BPI não ata nem desata. Como vão longe os tempos de Eduardo Catroga, esse génio que resolvia as OPA's da noite para o dia...
FRASE DO DIA
"Todos os Governos, sem excepção, desde 1997, beneficiaram os produtores de electricidade à custa dos consumidores... O aumento do preço da energia eléctrica para este ano poderia ter sido inferior a 6%."
Jorge Vasconcelos - Ex-Presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos - Público - 18/1/2007
***
E ficamos nós todos contentes por só ter havido um aumento de 6%. Um embuste completo. Primeiro anuncia-se um aumento brutal de 17% para assustar. Depois, "generosamente", reduz-se para 6%...
Jorge Vasconcelos - Ex-Presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos - Público - 18/1/2007
***
E ficamos nós todos contentes por só ter havido um aumento de 6%. Um embuste completo. Primeiro anuncia-se um aumento brutal de 17% para assustar. Depois, "generosamente", reduz-se para 6%...
17.1.07
MEMORIA
"Irois do mar
Nove povo na são valente
e e e mortal levantai
hoje, de novo o explendor
de Portugal entre, as
brumas da memoria
o patria centeavós
dos teus igrejos avós
que te vao guiar a vitória!!
As armas! As armas
Sob a terra e sobre o mar
As Armas! As armas
Pela patrialotar
Contra os canhois
Marxar marxar!"
(sic)
Ao ler este trabalho, de um miúdo já com aquilo que se chamava "a primária" feito, não sei se deva rir, se chorar. Por um lado, não restam dúvidas de que, pelo menos este miúdo, sabe cantar o hino nacional, num tempo em que as estatísticas dizem que só uma minoria dos nossos jovens o conhecem. Mas, por outro lado, que é isto? Que estamos a fazer? Como é que pode ser culto, como é que poderá defender-se na vida, como é que há-de entender-se com os outros, entender os outros, perceber o que ouve e lê, como é que conseguirá contribuir, um dia, para o desenvolvimento, já não digo da nossa Pátria, do nosso país, alguém que, quando devia (pelo menos!) saber ler, escrever e contar, escreve assim? E, o que é pior, este miúdo já está no ensino secundário e, com alguma probabilidade, vai chegar ao ensino superior. Pode até vir a licenciar-se!
Recordo-me que, entre a minha conclusão da primária, aos dez anos, e a minha entrada no ensino secundário nocturno, aos treze, eu li cerca de mil e quinhentos livros. Tive sorte. Gostava de ler. Todo o meu tempo livre era ocupado na leitura. E não hesito em atribuir a essa minha sorte de então o relativo sucesso que tive na minha vida, o contributo, por escasso que tenha sido, que pude dar para que a nossa vida comum melhorasse. Hoje, não se lê. E comunidade que não lê está condenada ao fracasso. Mas, ao ver a preparação, na língua mãe, de quem anda na escola, não custa perceber porque é que se não lê. Nem os livros do Harry Potter um miúdo, assim preparado, entenderá.
Um ciclo infernal. Não há hábitos de leitura porque não se lê. Não se lê, porque não há hábitos de leitura. Não se compram livros porque são caros. Os livros são caros porque não se vendem. E, por fim, não se vendem porque os cuidados tidos, sobretudo na Escola, com a nossa Língua e com a nossa Cultura, são bastante menos que sofríveis.
É necessário quebrar este ciclo (como tantos outros, aliás). Ou, mais uma vez, não vamos lá. E, aqui, temos que ser veementes com os nossos governantes. Sobretudo, com os responsáveis pela pasta da Educação. Chega de reformas! Chega de reformas que não chegam ao fim! Ensinemos as nossas crianças, nos primeiros anos de escola, a ler, a escrever e a contar bem. Transmitamos-lhe a vaidade por uma das culturas mais bonitas do mundo. Coloquemos as nossas crianças a escrever sobre tudo o que as rodeia. Façamos um apelo à inteligência. Premiemos a excelência, também na escola. Desenvolvamos o orgulho de ser Português. Para já, com aquilo que é o testemunho do nosso passado. Para que depois seja com a realidade do nosso presente.
Crónica "CICLO INFERNAL" - Magalhães Pinto - Junho de 2003
FRASE DO DIA
"Penso que há muita coisa no segredo de justiça que não precisa de estar."
Pinto Monteiro, Procurador Geral da República - Público - 17/1/2007
***
Até que enfim uma novidade. Afinal, há coisas em segredo de Justiça...
Pinto Monteiro, Procurador Geral da República - Público - 17/1/2007
***
Até que enfim uma novidade. Afinal, há coisas em segredo de Justiça...
PENSAMENTO DO DIA
Um homem dá apenas um espermatozóide para gerar um filho, que despreza. Filho que é parido por uma mulher que o não quer. Outro homem pega na criança, dá-lhe um lar, dá-lhe quatro anos de amor, transforma-lhe o futuro de provavelmente miserável em esperança. No fim, um tribunal entrega a criança ao primeiro e mete o segundo na cadeia. A decisão do tribunal - ou a lei que obriga a tal - é uma monstruosidade, a roçar o animalesco. Talvez não esteja inteiramente mal. Afinal, estes tempos são de primazia dos espermatozóides sobre o Amor.
16.1.07
FRASE DO DIA
"POR ENGANO... estou aqui disposta a privar-mos numa base "saudável"." (sic)
Anúncio na secção de publicidade do PÚBLICO (norte) - 16/1/2007
***
...Isto já devem ser efeitos da revolução no ensino da Língua Pátria...
Anúncio na secção de publicidade do PÚBLICO (norte) - 16/1/2007
***
...Isto já devem ser efeitos da revolução no ensino da Língua Pátria...
PENSAMENTO DO DIA
Os náufragos morrem na praia. O acidentado de Odemira só chega ao Hospital quase no dia seguinte. As filas nos hospitais estendem-se a perder de vista. O 112 fica surdo e mudo. Em Portugal nada parece funcionar. E a razão é puramente geográfica. Localizados no extremo da Europa cultural e economicamente desenvolvida, ficamos impermeáveis ao sentido do dever. De algum modo, somos apenas um país do Terceiro Mundo.
15.1.07
CRONICA DA SEMANA
Um ano pela frente. Nascido, como todos, sob o signo da esperança. E que, como todos, quando chegar ao fim, terá deixado pelo caminho acontecimentos bons e acontecimentos maus. Alegres uns, tristes outros. Sem qualquer importância, a maior parte deles.
O ano nasce sob o signo de dificuldades económicas acrescidas. A maior parte dos bens essenciais conhecerá agravamentos de preço maiores do que a revisão de salários que, necessariamente, vai ter lugar. Os Portuguesers serão chamados a administrar mais cuidadosamente os seus rendimentos, particularmente os que apenas vivem dos rendimentos do trabalho. E é na verificação desse facto que fica um nó na garganta. Durante anos e anos, e beneficiando do muito dinheiro que veio da Europa para Portugal, andámos a viver como se o futuro fosse sempre igual ao presente. Por várias vezes, aqui e noutros lugares onde falei, chamei a atenção para o facto de andarmos a esbanjar o que devia servir para o nosso desenvolvimento. E como eu, mais uns tantos, não muitos. O resultado é que, agora, esbanjamento feito, não podemos voltar atrás. Chegou a factura dos erros que cometemos. Vamos ter que pagá-la.
Já não seria mau se, das dificuldades que necessariamente vamos atravessar, ficasse uma lição. A de que não podemos encolher os ombros e virar a cara ao que se passa à nossa volta. Particularmente, temos que estar muito atentos ao que fazem aqueles a quem entregamos o encargo de administrar o que é de todos. Refiro-me aios políticos, claro. Os quais, na sua maior parte, são obviamente sérios. Mas podem não ser competentes. Ou podem gastar hoje o que têm e o que não têm, hipotecando o futuro. Só para termos um exemplo, há por aí alguns administradores de município que venderam receitas futuras. Isto é, realizando hoje, mediante o pagamento de um desconto, aquilo que está previsto receberem em anos que aí vêm. Isto é, obviamente, uma má medida administrativa. Porque, gasto agora esse dinheiro, ele vai faltar no futuro. E se faltar no futuro o dinheiro que ao futuro pertence, maiores serão então as dificuldades.
Devemos, pois, estar atentos. Participar na vida colectiva, se não de outro modo, com o nosso juízo crítico e com a expressão da nossa opinião. Não podemos nunca esquecer, para usar uma imagem trivial, que estamos todos no mesmo barco. É do interesse de todos que o barco não vá ao fundo. Se fosse, o resultado seria o afogamento de todos. Só um ou outro mais feliz escaparia.
Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 9/1/2007
O ano nasce sob o signo de dificuldades económicas acrescidas. A maior parte dos bens essenciais conhecerá agravamentos de preço maiores do que a revisão de salários que, necessariamente, vai ter lugar. Os Portuguesers serão chamados a administrar mais cuidadosamente os seus rendimentos, particularmente os que apenas vivem dos rendimentos do trabalho. E é na verificação desse facto que fica um nó na garganta. Durante anos e anos, e beneficiando do muito dinheiro que veio da Europa para Portugal, andámos a viver como se o futuro fosse sempre igual ao presente. Por várias vezes, aqui e noutros lugares onde falei, chamei a atenção para o facto de andarmos a esbanjar o que devia servir para o nosso desenvolvimento. E como eu, mais uns tantos, não muitos. O resultado é que, agora, esbanjamento feito, não podemos voltar atrás. Chegou a factura dos erros que cometemos. Vamos ter que pagá-la.
Já não seria mau se, das dificuldades que necessariamente vamos atravessar, ficasse uma lição. A de que não podemos encolher os ombros e virar a cara ao que se passa à nossa volta. Particularmente, temos que estar muito atentos ao que fazem aqueles a quem entregamos o encargo de administrar o que é de todos. Refiro-me aios políticos, claro. Os quais, na sua maior parte, são obviamente sérios. Mas podem não ser competentes. Ou podem gastar hoje o que têm e o que não têm, hipotecando o futuro. Só para termos um exemplo, há por aí alguns administradores de município que venderam receitas futuras. Isto é, realizando hoje, mediante o pagamento de um desconto, aquilo que está previsto receberem em anos que aí vêm. Isto é, obviamente, uma má medida administrativa. Porque, gasto agora esse dinheiro, ele vai faltar no futuro. E se faltar no futuro o dinheiro que ao futuro pertence, maiores serão então as dificuldades.
Devemos, pois, estar atentos. Participar na vida colectiva, se não de outro modo, com o nosso juízo crítico e com a expressão da nossa opinião. Não podemos nunca esquecer, para usar uma imagem trivial, que estamos todos no mesmo barco. É do interesse de todos que o barco não vá ao fundo. Se fosse, o resultado seria o afogamento de todos. Só um ou outro mais feliz escaparia.
Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 9/1/2007
RETALHOS LITERARIOS
O PROCESSO DE DECISÃO
(continuação do publicado em 29/12, 3/1, 5/1, 8/1, 10/1 e 13/1)
Muitas das senhoras já conhecerão este meu modo de falar das coisas, meio metafórico, meio fabular. Mas eu penso que meter a inteligência humana nas caixas herméticas do conhecimento puramente científico, é redutor, é assassino desta tremenda capacidade que todos temos de usar o conhecimento duma forma imaginativa, criadora, adaptando a cada situação tudo aquilo que é o nosso conhecimento global.
Ao tratar o tema proposto deste modo, eu pretendi deixar apenas a sugestão daquilo a que ele diz respeito, confiante em que a inteligência das senhoras saberá retirar do dito muito mais sumo do que aquele que eu dele consegui espremer. Para vosso próprio benefício. Para benefício dos decisores que as senhoras, de modo inestimável e imprescindível, ajudam. Compreendendo quais são os problemas deles, as senhoras estarão em muito melhor posição de os auxiliarem.
Acho que é a altura de eu próprio tomar uma decisão. Acabar com este suplício que lhes infligi durante cerca de vinte minutos. Só espero que a benevolência para com o que disse seja tão grande como a atenção que me concederam.
FIM
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real, Novembro de 1993
(continuação do publicado em 29/12, 3/1, 5/1, 8/1, 10/1 e 13/1)
Muitas das senhoras já conhecerão este meu modo de falar das coisas, meio metafórico, meio fabular. Mas eu penso que meter a inteligência humana nas caixas herméticas do conhecimento puramente científico, é redutor, é assassino desta tremenda capacidade que todos temos de usar o conhecimento duma forma imaginativa, criadora, adaptando a cada situação tudo aquilo que é o nosso conhecimento global.
Ao tratar o tema proposto deste modo, eu pretendi deixar apenas a sugestão daquilo a que ele diz respeito, confiante em que a inteligência das senhoras saberá retirar do dito muito mais sumo do que aquele que eu dele consegui espremer. Para vosso próprio benefício. Para benefício dos decisores que as senhoras, de modo inestimável e imprescindível, ajudam. Compreendendo quais são os problemas deles, as senhoras estarão em muito melhor posição de os auxiliarem.
Acho que é a altura de eu próprio tomar uma decisão. Acabar com este suplício que lhes infligi durante cerca de vinte minutos. Só espero que a benevolência para com o que disse seja tão grande como a atenção que me concederam.
FIM
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real, Novembro de 1993
PENSAMENTO DO DIA
A comitiva presidencial evitou o retrato de Salazar na visita ao Museu Arqueológico de Goa. Se a moda pega, lá vamos passar a evitar os retratos de D. Afonso Henriques "o mau filho", de D. Pedro I "o assassino", de D. João II "o colonialista", de D. Henrique "o padreco", de D. Afonso VI "o gay", de D. Miguel "o ditador", de D. Carlos "o fraco", de D. Manuel II "o puto", de D. Mário Soares "o tretas", de D. Guterres "o esbanjador", de D. Santana "o volúvel". Isto para só falar nos reis.
Porque será que os indianos não têm vergonha da sua História, mesmo quando colonizados, e nós a receamos tanto? Será porque a nossa vergonha é de não estarmos à altura dela?
(imagem da Wikipedia)
A FRASE DO DIA
"Vejo muita espuma na reforma do Estado."
Bagão Félix - Público - 15/1/2007
***
É de lavar a roupa suja. Veja-se a lista de devedores ao Fisco...
Bagão Félix - Público - 15/1/2007
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É de lavar a roupa suja. Veja-se a lista de devedores ao Fisco...
14.1.07
PENSAMENTO DO DIA
A FRASE DO DIA
"O Governo está a preparar um novo imposto"
Marques Mendes - Póvoa de Lanhoso - Almoço com militantes do PSD
***
Por isso não vai longe. Dizer isto é o mesmo que dizer que um barbeiro está a fazer a barba à malta.
Marques Mendes - Póvoa de Lanhoso - Almoço com militantes do PSD
***
Por isso não vai longe. Dizer isto é o mesmo que dizer que um barbeiro está a fazer a barba à malta.
13.1.07
RETALHOS LITERARIOS
O PROCESSO DE DECISÃO
(continuação do publicado em 29/12/2006, 3/1, 5/1, 8/1 e 10/1/2007)
Voltemos então, e duma vez por todas, à nossa propositura inicial. O casamento. Onde aquilo que acabei de referir, o timing da decisão, se mostra também essencial. Diz-se que uma senhora, aos vinte anos, quer um homem jovem, bonito, inteligente, formado, rico. Aos vinte e cinco anos, quer um homem bonito, inteligente, formado, rico. Aos trinta quer um homem inteligente, formado, rico. Aos trinta e cinco quer um homem formado, rico. Aos quarenta quer um homem rico. E aos quarenta e cinco, quer um homem. Vejam como o timing da decisão teve que ver com o grau de exigência da perfeição da decisão. E como, se demorar muito, a decisão não produzirá qualquer efeito, provavelmente.
O casamento é uma decisão difícil. Talvez a mais difícil que temos que tomar na nossa vida. Por isso, provavelmente a razão porque o processo de decisão do casamento é o mais humano de todos quantos enformam as nossas decisões. Definimos o objectivo. Analisamos as alternativas disponíveis. Recolhemos toda a informação possível. Analisamos a informação com inteligência. Definimos mesmo o timing. Procuramos analisar as possíveis reacções doutros decisores que vão intervir na nossa decisão. Escolhemos. Decidimos. E depois de tudo isto feito, tomamos a atitude mais humana que se pode conceber. Mandamos às malvas todo o processo, tudo quanto racionalmente analisamos, e, utilizando a intuição, que é um sentimento, casamos com quem amamos e que julgamos nos ama. E as vezes em que o processo dá errado não chega para destruir o acerto das muitas mais em que dá certo.
Então, minhas senhoras, ponham lá também uma pitada de intuição em todo o processo de decisão.
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães PInto - Vila Real - Novembro de 1993
(continuação do publicado em 29/12/2006, 3/1, 5/1, 8/1 e 10/1/2007)
Voltemos então, e duma vez por todas, à nossa propositura inicial. O casamento. Onde aquilo que acabei de referir, o timing da decisão, se mostra também essencial. Diz-se que uma senhora, aos vinte anos, quer um homem jovem, bonito, inteligente, formado, rico. Aos vinte e cinco anos, quer um homem bonito, inteligente, formado, rico. Aos trinta quer um homem inteligente, formado, rico. Aos trinta e cinco quer um homem formado, rico. Aos quarenta quer um homem rico. E aos quarenta e cinco, quer um homem. Vejam como o timing da decisão teve que ver com o grau de exigência da perfeição da decisão. E como, se demorar muito, a decisão não produzirá qualquer efeito, provavelmente.
O casamento é uma decisão difícil. Talvez a mais difícil que temos que tomar na nossa vida. Por isso, provavelmente a razão porque o processo de decisão do casamento é o mais humano de todos quantos enformam as nossas decisões. Definimos o objectivo. Analisamos as alternativas disponíveis. Recolhemos toda a informação possível. Analisamos a informação com inteligência. Definimos mesmo o timing. Procuramos analisar as possíveis reacções doutros decisores que vão intervir na nossa decisão. Escolhemos. Decidimos. E depois de tudo isto feito, tomamos a atitude mais humana que se pode conceber. Mandamos às malvas todo o processo, tudo quanto racionalmente analisamos, e, utilizando a intuição, que é um sentimento, casamos com quem amamos e que julgamos nos ama. E as vezes em que o processo dá errado não chega para destruir o acerto das muitas mais em que dá certo.
Então, minhas senhoras, ponham lá também uma pitada de intuição em todo o processo de decisão.
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães PInto - Vila Real - Novembro de 1993
PENSAMENTO DO DIA
Pimenta Machado tem, segundo o semanário SOL, milhões de euros na Suíça, provenientes de negócios que fez em nome do seu clube, Vitória de Guimarães. Quantos presidentes de Clube terão situações idênticas, enquanto os credores gemem e esperam, esperam e gemem?
A FRASE DO DIA
"Inspirei-me no cavaquismo."
Ministro Alberto Costa - Expresso - 13/1/2007
...
Aí está o que eu chamo um Ministro no bom caminho! Nunca é tarde...
Ministro Alberto Costa - Expresso - 13/1/2007
...
Aí está o que eu chamo um Ministro no bom caminho! Nunca é tarde...
12.1.07
JIMENEZ LOSANTOS
FREDERICO JIMENEZ LOSANTOS É UM DOS CRONISTAS ESPANHÓIS MEUS PREFERIDOS. EIS AQUI UM PEDAÇO DA SUA PROSA, RELATIVA À ATITUDE DO GOVERNO ESPANHOL FACE À ETA
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"Sólo había que oírle el pasado jueves. José Luis Rodríguez Zapatero comparecía ante los medios de comunicación diciendo tras el atentado que su "energía y determinación para alcanzar la paz es hoy, aún si cabe mucho mayor" que antes de éste. Es decir, que no sólo no rectificaba sino que la acción criminal de la banda terrorista le reafirmaba en su negociación con la ETA. El acto terrorista, que para ETA era parte de su estrategia de negociación, para el Gobierno era un argumento más para seguir por ese camino.
A pesar, y en contra, de las sugerencias hechas por Alfredo Pérez Rubalcaba, Rodríguez Zapatero no sólo no ha cerrado el paso a la negociación con la banda criminal, sino que continúa con ella; y con nuevas bases, más próximas a los deseos de los terroristas. Apoya la manifestación de Ibarretxe a favor del diálogo. Se ve que el Gobierno también acepta el asesinato de dos personas en Barajas como parte del juego que se trae con la ETA, sin que ello le repugne lo suficiente como para abandonarlo. La banda, que comprueba que ni siquiera acabar con la vida de dos personas le pone en una posición más difícil para negociar, y que incluso acerca las posiciones del Gobierno a sus deseos, ¿qué incentivo tiene para dejar de atentar contra nuestras vidas? ¿No será lo más lógico, puesto que Zapatero premia las acciones terroristas apostando "más que nunca" por negociar con ellos, que ETA se refuerce en su estrategia criminal?
Mientras, Rubalcaba, que había presumido de la eficacia de Interior en las investigaciones de las primeras horas, tiene el cuajo de presentarse ante los medios diciendo que "no hay novedades en la investigación", y sin revelar los datos más básicos del atentado, como la cantidad y el tipo de explosivo utilizado por la banda.
Pero lo más significativo es el giro que, finalmente, ha tomado Rodríguez Zapatero tras el 30-D. Hacía tiempo que había roto con el Acuerdo por las Libertades y contra el Terrorismo, que él propuso en su momento. Ahora dice que las circunstancias han cambiado y propone un nuevo pacto que pretende no ya acabar con ETA, sino alcanzar "la paz", eso sí, en unas condiciones que sean aceptables para la banda nacional-comunista. Zapatero, que desde el comienzo ha seguido una estrategia, a la que se han sumado muchos, de marginación del PP y deslegitimación de ese partido como opción democrática, rompe el pacto que formalmente mantenía con él para sustituirlo por otro que sabe que los populares no pueden aceptar. Ha optado por un Pacto por el Diálogo y contra el PP.
Los españoles asisten, entre la indignación y la incomprensión, a la actitud tomada por Rodríguez Zapatero hacia la negociación con ETA después del 30-D. Este domingo hemos sabido que una abrumadora mayoría de ciudadanos desea que se mantenga el pacto contra el terrorismo, que en su día promoviera quien hoy es presidente. Zapatero lo sabe, como sabe que, de haber dado un golpe en la mesa de negociación y haberse mantenido firme ante la barbarie terrorista, obtendría el apoyo mayoritario de los españoles. ¿Por qué no lo hace? ¿Qué razones le llevan a enfrentarse a la voluntad mayoritaria de los ciudadanos con tal de mantener una negociación que, resulte en lo que resulte, siempre va a beneficiar a ETA? No lo sabemos aún, pero seguro que no serán buenas."
Los Santos - Libertad Digital - 10/1(2007
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"Sólo había que oírle el pasado jueves. José Luis Rodríguez Zapatero comparecía ante los medios de comunicación diciendo tras el atentado que su "energía y determinación para alcanzar la paz es hoy, aún si cabe mucho mayor" que antes de éste. Es decir, que no sólo no rectificaba sino que la acción criminal de la banda terrorista le reafirmaba en su negociación con la ETA. El acto terrorista, que para ETA era parte de su estrategia de negociación, para el Gobierno era un argumento más para seguir por ese camino.
A pesar, y en contra, de las sugerencias hechas por Alfredo Pérez Rubalcaba, Rodríguez Zapatero no sólo no ha cerrado el paso a la negociación con la banda criminal, sino que continúa con ella; y con nuevas bases, más próximas a los deseos de los terroristas. Apoya la manifestación de Ibarretxe a favor del diálogo. Se ve que el Gobierno también acepta el asesinato de dos personas en Barajas como parte del juego que se trae con la ETA, sin que ello le repugne lo suficiente como para abandonarlo. La banda, que comprueba que ni siquiera acabar con la vida de dos personas le pone en una posición más difícil para negociar, y que incluso acerca las posiciones del Gobierno a sus deseos, ¿qué incentivo tiene para dejar de atentar contra nuestras vidas? ¿No será lo más lógico, puesto que Zapatero premia las acciones terroristas apostando "más que nunca" por negociar con ellos, que ETA se refuerce en su estrategia criminal?
Mientras, Rubalcaba, que había presumido de la eficacia de Interior en las investigaciones de las primeras horas, tiene el cuajo de presentarse ante los medios diciendo que "no hay novedades en la investigación", y sin revelar los datos más básicos del atentado, como la cantidad y el tipo de explosivo utilizado por la banda.
Pero lo más significativo es el giro que, finalmente, ha tomado Rodríguez Zapatero tras el 30-D. Hacía tiempo que había roto con el Acuerdo por las Libertades y contra el Terrorismo, que él propuso en su momento. Ahora dice que las circunstancias han cambiado y propone un nuevo pacto que pretende no ya acabar con ETA, sino alcanzar "la paz", eso sí, en unas condiciones que sean aceptables para la banda nacional-comunista. Zapatero, que desde el comienzo ha seguido una estrategia, a la que se han sumado muchos, de marginación del PP y deslegitimación de ese partido como opción democrática, rompe el pacto que formalmente mantenía con él para sustituirlo por otro que sabe que los populares no pueden aceptar. Ha optado por un Pacto por el Diálogo y contra el PP.
Los españoles asisten, entre la indignación y la incomprensión, a la actitud tomada por Rodríguez Zapatero hacia la negociación con ETA después del 30-D. Este domingo hemos sabido que una abrumadora mayoría de ciudadanos desea que se mantenga el pacto contra el terrorismo, que en su día promoviera quien hoy es presidente. Zapatero lo sabe, como sabe que, de haber dado un golpe en la mesa de negociación y haberse mantenido firme ante la barbarie terrorista, obtendría el apoyo mayoritario de los españoles. ¿Por qué no lo hace? ¿Qué razones le llevan a enfrentarse a la voluntad mayoritaria de los ciudadanos con tal de mantener una negociación que, resulte en lo que resulte, siempre va a beneficiar a ETA? No lo sabemos aún, pero seguro que no serán buenas."
Los Santos - Libertad Digital - 10/1(2007
PENSAMENTO DO DIA
O caso do vandalismo dos "putos" de Évora, publicitado em auto-video para todo o Mundo através do "You Tube", é apenas um primeiro passo. A seguir virão os automóveis incendiados. É apenas um sinal mais dos ínvios caminhos para onde os educadores deste tempo estão a conduzir os nossos jovens. E, quais burros velhos, persistimos no erro em lugar de arrepiarmos caminho.
FRASE DO DIA
"Dos vinte e cinco países da União Europeia, Portugal foi o que menos cresceu no terceiro trimestre de 2006."
Noticiário da RTP - 12/1/2006
***
Paradoxo dramático. Quanto mais crescemos mais pequenos somos...
Noticiário da RTP - 12/1/2006
***
Paradoxo dramático. Quanto mais crescemos mais pequenos somos...
11.1.07
SUGESTÃO TURÍSTICA
DUBROVNIK
Pequena jóia croata do Adriático, Dubrovnik é um encanto de cidade, cujas origens remontam ao século VIII. Profundamente atingida pela guerra civil que envolveu os diversos países da antiga Jugoslávia, Dubrovnik veio a ser considerada Património da Humanidade pela Unesco e, muito à custa desta, foi totalmente reconstruída. Um dos aspectos mais interessantes desta cidade é o modo acolhedor como a sua população recebe os turistas que, em número verdadeiramente impressionante, tanto de Verão como de Inverno, acorrem a ver as suas maravilhas e a viver a sua atmosfera única.
Gentileza de Viagens 747
Pequena jóia croata do Adriático, Dubrovnik é um encanto de cidade, cujas origens remontam ao século VIII. Profundamente atingida pela guerra civil que envolveu os diversos países da antiga Jugoslávia, Dubrovnik veio a ser considerada Património da Humanidade pela Unesco e, muito à custa desta, foi totalmente reconstruída. Um dos aspectos mais interessantes desta cidade é o modo acolhedor como a sua população recebe os turistas que, em número verdadeiramente impressionante, tanto de Verão como de Inverno, acorrem a ver as suas maravilhas e a viver a sua atmosfera única.
Gentileza de Viagens 747
FRASE DO DIA
"É uma vergonha para a Democracia!"
Deputado Pedro Duarte, referindo-se ao caso dos exames de Química, citado pelo Público - 11/1/2007
***
Meu Caro, as coisas só são vergonha para quem tem vergonha...
Deputado Pedro Duarte, referindo-se ao caso dos exames de Química, citado pelo Público - 11/1/2007
***
Meu Caro, as coisas só são vergonha para quem tem vergonha...
PENSAMENTO DO DIA
"Os sinos da velha Goa e as bombardas de Diu ainda são portugueses", afirmava o repórter da Emissora Nacional, em voz de vai e vem, devido à distância, enquanto os satiagrahis e os ghurka acabavam, impiedosamente, com a presença portuguesa na Índia.
Sinto uma profunda nostalgia a invadir-me nesta hora. Não sei se pelo fim do império se pela lonjura da juventude.
Sinto uma profunda nostalgia a invadir-me nesta hora. Não sei se pelo fim do império se pela lonjura da juventude.
10.1.07
RETALHOS LITERARIOS
O PROCESSO DE DECISÃO
(continuação do publicado em 29/12/2006, 3/1, 5/1 e 8/1/2007)
O que eu quero dizer na minha. É que o processo de decisão é contínuo, prolonga-se pela implementação da decisão principal, a qual exige novas decisões. Controlar permanentemente a implementação da decisão, conferir se os resultados obtidos a cada estádio são os pretendidos, produzindo as novas decisões que se mostrem necessárias, são exigências imperiosas do processo de decisão.
Postas as coisas neste pé, estou mesmo a ver o que lhjes vai no pensamento. "Estamos bem tramados todas! Se é assim, vamos passar o tempo todo a pensar! E como enquanto se pensa não se age; e como apenas o agir faz com que aconteça o que se quer, nunca mais vamos chegar a nenhum fim!". Se estão a pensar assim, estão a pensar bem. A produção duma decisão perfeita é um objectivo inatingível, se pretendemos conseguir o fim a que nos propomos com ela. Não há decisões perfeitas, de modo absoluto. Mas também não é isso que se pretende. O que se pretende conseguir com cada decisão, em cada decisão, é o melhor relativo. Não percam nunca de vista a enorme importância deste termo: relativo. Susceptível de tranformar uma verdade em mentira e vice versa. Um exemplo. Se eu lhes disser que o diâmetro da terra é muito grande e o tamanho do meu nariz é pequeno, seguramente as senhoras estarão de acordo comigo. E, no entanto, se eu comparar o diâmetro da terra com o diâmetro da Via Láctea, ele é microscópico; e se meter o meu nariz em algo da vossa vida, logo dirão que ele chega até onde não é chamado. É, as coisas são todas relativas e apenas nessa perspectiva de relatividade podem e devem ser apreciadas. O mesmo se passa com as decisões. E porque só o agir transforma, só agir produz fenómenos reais, há um factor que não pode ser desprezado no processo de decisão. O timing. O timing correcto. A avaliação do momento em que a decisão tem que ser produzida é, quiçá, o elemento mais importante do processo de decisão. Uma decisão produzida fora de tempo é pior do que não produzir decisão nenhuma. Ainda no exemplo das castanhas, se não produzirmos todas aquelas decisões a tempo, o mais provável é que arrefeçam ou, se formos muito demorados, que apodreçam.
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Novembro de 1993
(continuação do publicado em 29/12/2006, 3/1, 5/1 e 8/1/2007)
O que eu quero dizer na minha. É que o processo de decisão é contínuo, prolonga-se pela implementação da decisão principal, a qual exige novas decisões. Controlar permanentemente a implementação da decisão, conferir se os resultados obtidos a cada estádio são os pretendidos, produzindo as novas decisões que se mostrem necessárias, são exigências imperiosas do processo de decisão.
Postas as coisas neste pé, estou mesmo a ver o que lhjes vai no pensamento. "Estamos bem tramados todas! Se é assim, vamos passar o tempo todo a pensar! E como enquanto se pensa não se age; e como apenas o agir faz com que aconteça o que se quer, nunca mais vamos chegar a nenhum fim!". Se estão a pensar assim, estão a pensar bem. A produção duma decisão perfeita é um objectivo inatingível, se pretendemos conseguir o fim a que nos propomos com ela. Não há decisões perfeitas, de modo absoluto. Mas também não é isso que se pretende. O que se pretende conseguir com cada decisão, em cada decisão, é o melhor relativo. Não percam nunca de vista a enorme importância deste termo: relativo. Susceptível de tranformar uma verdade em mentira e vice versa. Um exemplo. Se eu lhes disser que o diâmetro da terra é muito grande e o tamanho do meu nariz é pequeno, seguramente as senhoras estarão de acordo comigo. E, no entanto, se eu comparar o diâmetro da terra com o diâmetro da Via Láctea, ele é microscópico; e se meter o meu nariz em algo da vossa vida, logo dirão que ele chega até onde não é chamado. É, as coisas são todas relativas e apenas nessa perspectiva de relatividade podem e devem ser apreciadas. O mesmo se passa com as decisões. E porque só o agir transforma, só agir produz fenómenos reais, há um factor que não pode ser desprezado no processo de decisão. O timing. O timing correcto. A avaliação do momento em que a decisão tem que ser produzida é, quiçá, o elemento mais importante do processo de decisão. Uma decisão produzida fora de tempo é pior do que não produzir decisão nenhuma. Ainda no exemplo das castanhas, se não produzirmos todas aquelas decisões a tempo, o mais provável é que arrefeçam ou, se formos muito demorados, que apodreçam.
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Novembro de 1993
LOW COST... OU A CAÇA AO TESOURO
O corte nos custos, com o objectivo de reduzir preços e aumentar a competitividade, está em curso. E o caso daquele hotel residencial parisiense, com localização pertinho dos Campos Elíseos, é um exemplo saboroso. Não tem recepção. E o modo como é feita a entrega das chaves do quarto ao hóspede, quando este chega, roça o enredo de um filme de James Bond. Ora vejam as instruções...
***
Não há recepção. Para levantar as chaves, abrir a porta principal do edifício, marcando o código 4791. Abrir uma segunda porta com o código 1623. Terá acesso a um pátio. Abra as portas de vidro e suba pelas escadas que estão à direita. Abrir uma última porta de vidro marcando o código 16593. Aqui há um móvel asiático, em cujo interior está um cofre. Carregar no botão vermelho (Enter), introduzir o código 693875. Carregar novamente no botão vermelho e a porta se abrirá. Lá encontrará um envelope com as suas chaves. É favor deixar neste cofre o voucher para o pessoal do hotel. E não se esqueça de fechar de novo o cofre, carregando no botão amarelo (Close).
(códigos modificados)
...
Pode ser complicado... mas é divertido...
FRASE DO DIA
"Porque é que os trabalhadores do Metro de Lisboa acham que os contribuintes têm o dever de pagar todos os seus trinta e seis dias e meio de férias por ano?"
Paulo Ferreira - Público - 10/1/2007
...
Pura corrente de achamento... Porque um político qualquer, aí para trás, achou que eles deviam ter esse privilégio... E político sabe...
Paulo Ferreira - Público - 10/1/2007
...
Pura corrente de achamento... Porque um político qualquer, aí para trás, achou que eles deviam ter esse privilégio... E político sabe...
PENSAMENTO DO DIA
Refugiada num silêncio esconso, ausente da contrição pública necessária, a Ministra da Educação vai examinando, impávida, um aluno de cada vez, das muitas centenas a quem recusou o direito à justiça e à equidade. Em situações de ridículo, como esta, acabam todas as prepotências de quem se julga detentor de um poder quase divino pelo simples facto de assinar um compromisso de honra para com o País. Que desonra na primeira esquina.
9.1.07
A CRONICA DA SEMANA
Governar o país não é fácil. Implica uma suprema habilidade para dirigir o barco no rumo certo, com equilíbrio, evitando tanto quanto possível a ondulação mais forte, não vá o barco adornar. É por isso que precisamos dos políticos. Sobretudo daqueles que têm o leme nas mãos. Todavia, nem sempre é possível levar o barco por mar calmo. As tempestades surgem, a vaga torna-se alterosa, o barco mete água aqui e ali. Quando assim é, toda a companha é necessária, de balde na mão, para evitar o naufrágio. Com uma condição. Para arrostar com o perigo, a companha tem que ter uma confiança ilimitada no mestre que guia o barco. Se a não tem, protesta, primeiro em murmúrio, depois em voz alta e, no fim, em gritaria imensa. E o perigo agiganta-se.
É mais ou menos assim com o governação do nosso país, neste momento. Por razões de todos conhecidas, entre as quais avultam os anos de mãos largas, durante os quais não soubemos procurar mar chão. Afastamo-nos do rumo necessário mais do que a conta. E agora, para chegar a bom porto, temos que atravessar um mar cão. O Governo tem vindo a tomar muitas medidas impopulares. É aquilo a que eu já chamei "a ditadura do défice". Em nome da necessidade de equilíbrio das contas públicas, o Estado cada vez nos dá menos e leva cada vez mais. Face a tão grande ataque ao que usávamos chamar "os direitos adquiridos", o Povo não se cala, cada vez grita mais, o Primeiro-Ministsro não pode ir a lado algum, que não tenha manifestações hostis à sua espera. Ele e os seus Ministros correm o país, procurando explicar às pessoas a razão de ser das medidas assumidas. Pode ser que eu me engane, mas parece-me que ele está a falar para surdos. Das duas três. Ou as pessoas não ouvem. Ou não querem ouvir. Ou ouvem e fazem de conta que não ouvem. O que dá tudo no mesmo. Estamos a viver uma situação de elevado dramatismo que, confesso, não sei como vai terminar. Tudo vai depender de duas coisas. Em primeiro lugar que aí, já adiante, se chegue, pelo menos, a mar mais calmo. E, em segundo lugar, que os governantes tenham razão e consigam equilibrar o país com o que estão a fazer. Confesso que não sei se vão acontecer as duas coisas.
Há, na atitude do Primeiro Ministro algo de que não gosto. Porque não mobiliza uma parcela esmagadora da população. Para quem o ouve, parece que todos nós estamos rendidos à eficácia do Governo e que só a oposição é que tem má língua, a desmerecer no que é feito. A atitude de Sócrates é, no mínimo, cegueira pura. Se fosse verdade o que ele diz, e atendendo às vozes que se ouvem na praça pública, a oposição tinha gente que nunca mais acabava. O Primeiro-Ministro não é humilde e não sabe que Portugal precisa da conjugação dos esforços de todos e não de confrontos desnecessários.
Crónica DRAMATISMO - Magalhães Pinto - Semanário MATOSINHOS HOIE
É mais ou menos assim com o governação do nosso país, neste momento. Por razões de todos conhecidas, entre as quais avultam os anos de mãos largas, durante os quais não soubemos procurar mar chão. Afastamo-nos do rumo necessário mais do que a conta. E agora, para chegar a bom porto, temos que atravessar um mar cão. O Governo tem vindo a tomar muitas medidas impopulares. É aquilo a que eu já chamei "a ditadura do défice". Em nome da necessidade de equilíbrio das contas públicas, o Estado cada vez nos dá menos e leva cada vez mais. Face a tão grande ataque ao que usávamos chamar "os direitos adquiridos", o Povo não se cala, cada vez grita mais, o Primeiro-Ministsro não pode ir a lado algum, que não tenha manifestações hostis à sua espera. Ele e os seus Ministros correm o país, procurando explicar às pessoas a razão de ser das medidas assumidas. Pode ser que eu me engane, mas parece-me que ele está a falar para surdos. Das duas três. Ou as pessoas não ouvem. Ou não querem ouvir. Ou ouvem e fazem de conta que não ouvem. O que dá tudo no mesmo. Estamos a viver uma situação de elevado dramatismo que, confesso, não sei como vai terminar. Tudo vai depender de duas coisas. Em primeiro lugar que aí, já adiante, se chegue, pelo menos, a mar mais calmo. E, em segundo lugar, que os governantes tenham razão e consigam equilibrar o país com o que estão a fazer. Confesso que não sei se vão acontecer as duas coisas.
Há, na atitude do Primeiro Ministro algo de que não gosto. Porque não mobiliza uma parcela esmagadora da população. Para quem o ouve, parece que todos nós estamos rendidos à eficácia do Governo e que só a oposição é que tem má língua, a desmerecer no que é feito. A atitude de Sócrates é, no mínimo, cegueira pura. Se fosse verdade o que ele diz, e atendendo às vozes que se ouvem na praça pública, a oposição tinha gente que nunca mais acabava. O Primeiro-Ministro não é humilde e não sabe que Portugal precisa da conjugação dos esforços de todos e não de confrontos desnecessários.
Crónica DRAMATISMO - Magalhães Pinto - Semanário MATOSINHOS HOIE
PENSAMENTO DO DIA
Durante cinco anos, um ex-administrador da CP esteve a ganhar 3.500 euros por mês, sem fazer rigorosamente nada, segundo o mesmo (blog Falando de Transportes, citado pelo "Público"). Talvez seja uma vã esperança, mas alimento uma réstea dela, pensando que o Governo vai descontar este dinheiro todo a alguém que administrou a CP durante esse tempo. A não ser que fosse uma medida para ajudar a debelar o défice. Aquele montante sempre paga impostos apreciáveis...
(imagem de comboio.web.pt)
FRASE DO DIA
"Fazer sexo aos noventa anos é como jogar bilhar não com um taco, mas sim com uma corda."
George Burns, actor americano, citado por Júlio Machado Vaz - Antena Um - 9/1/2007
***
Imagino que Burns estava a pensar no snooker...
George Burns, actor americano, citado por Júlio Machado Vaz - Antena Um - 9/1/2007
***
Imagino que Burns estava a pensar no snooker...
8.1.07
RETALHOS LITERARIOS
O PROCESSO DE DECISÃÕ
(continuação de 29/12/2006, 3/1 e 5/1/2007)
A decisão de casar é uma das mais difíceis. Porque as alternativas são praticamente infinitas, porque a informação disponível é geralmente escassa, porque a decisão vai encadear-se com as decisões de outros decisores, porque os efeitos da decisão prolongar-se-ão pelo futuro fora até perder de vista. Aliás, isto acontece com muitas decisões. Nem todas são tão simples quanto decidir comer castanhas.
E este é um pormenor que, de modo algum, deve ser desprezado. O encadeamento das decisões que tomamos com as decisões que os outros tomam. Não sei se as senhoras sabem aquilo que impropriamente se diz jogar xadrez. Impropriamente chamado jogo, porque lhe falta uma característica essencial do jogo, que é a influência da sorte. É uma actividade lúdica fascinante porque, no encadeamento das decisões dos dois oponentes, o número de combinações possíveis, para movimentar trinta e duas peças em sessenta e quatro casas do tabuleiro, é infinito. Agora vejam quanto mais fascinante é o tabuleiro da Vida, com um número infinito de peças e de casas. Sendo que uma das peças somos nós próprios. O objectivo do xadrez é o xeque-mate. O objectivo da Vida é o xeque viva. Se possível feliz. O que quer dizer, atingindo os objectivos a que se propõe. Tal como no xadrez, é necessário ter em conta os movimentos de todas as peças que se encontram presentes no tabuleiro, para melhor se conseguir o objectivo.
Esta comparação com o xadrez traz ainda à superfície um aspecto essencial do processo de decisão. É que um processo de decisão é ele próprio um encadeado de decisões menores. Voltemos ao nosso exemplo das castanhas. Vou na rua. Vejo o castanheiro. As castanhas. Estão apetitosas. Pergunto o preço. Penso fugazmente, se penso, se no castanheiro lá mais adiante não serão as castanhas melhores e mais baratas. Decido comprar as castanhas. Para as comer, meu objectivo final, ainda falta muito. Decido ir ao bolso buscar o dinheiro. Pago. Recebo as castanhas. Estão muito quentes. Decido aguardar um pouco, para arrefecerem um nada. Decido descascá-las. Decido deitar as cascas no chão ou no contentor de papéis. Decido levá-las á boca. Decido mastigá-las. Decido enguli-las. E então posso dizer que concluí o processo. Isto é, que atingi o fim a que me propuz, quando decidi comer castanhas. Só espero que com esta complicação, as senhoras não decidam daqui para o futuro só comer castanhas peladas, para o que o número de decisões intercalares é muito menor. É que não sabe tão bem!
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993
(continuação de 29/12/2006, 3/1 e 5/1/2007)
A decisão de casar é uma das mais difíceis. Porque as alternativas são praticamente infinitas, porque a informação disponível é geralmente escassa, porque a decisão vai encadear-se com as decisões de outros decisores, porque os efeitos da decisão prolongar-se-ão pelo futuro fora até perder de vista. Aliás, isto acontece com muitas decisões. Nem todas são tão simples quanto decidir comer castanhas.
E este é um pormenor que, de modo algum, deve ser desprezado. O encadeamento das decisões que tomamos com as decisões que os outros tomam. Não sei se as senhoras sabem aquilo que impropriamente se diz jogar xadrez. Impropriamente chamado jogo, porque lhe falta uma característica essencial do jogo, que é a influência da sorte. É uma actividade lúdica fascinante porque, no encadeamento das decisões dos dois oponentes, o número de combinações possíveis, para movimentar trinta e duas peças em sessenta e quatro casas do tabuleiro, é infinito. Agora vejam quanto mais fascinante é o tabuleiro da Vida, com um número infinito de peças e de casas. Sendo que uma das peças somos nós próprios. O objectivo do xadrez é o xeque-mate. O objectivo da Vida é o xeque viva. Se possível feliz. O que quer dizer, atingindo os objectivos a que se propõe. Tal como no xadrez, é necessário ter em conta os movimentos de todas as peças que se encontram presentes no tabuleiro, para melhor se conseguir o objectivo.
Esta comparação com o xadrez traz ainda à superfície um aspecto essencial do processo de decisão. É que um processo de decisão é ele próprio um encadeado de decisões menores. Voltemos ao nosso exemplo das castanhas. Vou na rua. Vejo o castanheiro. As castanhas. Estão apetitosas. Pergunto o preço. Penso fugazmente, se penso, se no castanheiro lá mais adiante não serão as castanhas melhores e mais baratas. Decido comprar as castanhas. Para as comer, meu objectivo final, ainda falta muito. Decido ir ao bolso buscar o dinheiro. Pago. Recebo as castanhas. Estão muito quentes. Decido aguardar um pouco, para arrefecerem um nada. Decido descascá-las. Decido deitar as cascas no chão ou no contentor de papéis. Decido levá-las á boca. Decido mastigá-las. Decido enguli-las. E então posso dizer que concluí o processo. Isto é, que atingi o fim a que me propuz, quando decidi comer castanhas. Só espero que com esta complicação, as senhoras não decidam daqui para o futuro só comer castanhas peladas, para o que o número de decisões intercalares é muito menor. É que não sabe tão bem!
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993
PENSAMENTO DO DIA
Se a Democracia é a capacidade para viver dentro da crise, como disse o Professor Carlos Amaral Dias aos microfones da Antena Um, então não se pode duvidar de que somos o país mais democrático do Mundo.
FRASE DO DIA
"Ó sô guarda! Ponha esta bagunça na ordem!"
Anónimo, durante o rally Lisboa/Dakar.
***
Outro flagrante do país. Pomos tudo numa bagunça. E, de seguida, chamamos um guarda qualquer para resolver os problemas.
Anónimo, durante o rally Lisboa/Dakar.
***
Outro flagrante do país. Pomos tudo numa bagunça. E, de seguida, chamamos um guarda qualquer para resolver os problemas.
7.1.07
MOMENTO DE BELEZA
SENTE-SE, VEJA, ESCUTE E DELICIE-SE....
(descarregue o video completamente antes de ver ou veja segunda vez)
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FRASE DO DIA
6.1.07
MEMORIA
Desdobro algumas folhas do meu computador. Leio o que pensei e escrevi há tanto tempo. E, supreendentemente, verifico que podia publicá-lo agora com perfeita actualidade. Quase dez anos depois. Prometo trazer aqui algumas dessas folhas. Para que nãp esqueçamos. Para que reavivemos na memória que nós, Portugueses, estamos parados há muito tempo.
*****
SINAIS DOS TEMPOS (27 de Agosto de 1998)
Basta um nada de atenção para nos apercebermos como os tempos começam a ser profundamente diferentes. Para darmos conta de como esta coisa da Europa vai modificar significativamente as regras do jogo na nossa economia. Mais do que estar tecnicamente preparado para enfrentar a realidade europeia com Portugal lá dentro, é bom que os agentes económicos portugueses se preparem psicologicamente para o novo modo de funcionamento das coisas.
Na última semana aconteceram dois fenómenos que marcam, a meu ver, de modo iniludível, as mudanças que aí vêm a caminho. Passemos sobre elas um relativamente apressado olhar, para daí extrairmos algumas conclusões.
*
Apresentação do Relatório do Banco de Portugal sobre o estado da economia portuguesa e sobre o seu previsível futuro próximo. De repente, damos com o Governador do Banco de Portugal a pespegar na nossa cara com a afirmação de que os salários não poderão crescer nos próximos dois anos. Aliás, foi assim que a sua comunicação foi anunciada na comunicação social, embora me pareça que não foi muito bem isso que ele pretendeu dizer. Pareceu-me, antes de tudo, que ele pretendeu atalhar reivindicações salariais demasiado fortes, num momento em que afirmava estar a economia portuguesa nos seus melhores tempos. Mas a verdade é que foi daquele modo que a mensagem passou para a opinião pública.
Passemos por cima de que, simultâneamente, António de Sousa augurou, para o corrente ano, um crescimento relativamente grande para o Produto português - acima dos 4%. Não relevemos a nossa incompreensão para o facto de que, visto por um lado diferente, esse Produto é sensívelmente igual ao somatório dos salários com as rendas, os juros e os lucros. E façamos de conta que não sabemos que, a ser assim, com o Produto a crescer mais de 4% no ano corrente, se os salários não podem aumentar, então só podem aumentar as rendas, os juros e os lucros. O que é, no mínimo, esquisito ponto de vista. Demos tudo isso ao diabo. E fiquemo-nos apenas pelo que o fenómeno tem de mais significativo para o que, hoje, aqui nos interessa.
De algum modo - e honestamente admitindo que o Senhor Governador não nos veio trazer um recado encomendado - esta atitude de António de Sousa traduz algo que já vai correndo por essa Europa fora. A perda de capacidade dos políticos para definir políticas, cabendo aos Bancos Centrais, naquilo que é, a meu ver, uma exagerada competência técnica, definir o que pode e o que não pode ser.
*
Estão em curso as negociações de um acordo bilateral de comércio entre a Comunidade Europeia e um outro espaço económico alargado, o Mercosul. O Mercosul integra, como se sabe, o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, tendo o Chile como membro associado e provável futuro membro de pleno direito. Na semana que acabou, os membros do Mercosul, reunidos numa cimeira ministerial, fizeram afirmações que podem vir a mostrar-se, no caso de virem a produzir frutos, extremamente penalizantes para Portugal. Em síntese, afirmaram que "era incrivelmente injusto, por parte da Europa, levantar barreiras ao comércio livre de produtos agrícolas, precisamente a área em que os países em vias de desenvolvimento tinham possibilidades de crescer mais depressa"; e concluiram, colocando como condição do dito acordo de comércio livre que a Comunidade acabe com os subsídios à agricultura europeia.
Quer isto dizer que, quando a necessidade chegar, bem podemos assistir à imposição, por parte de Bruxelas, de condições ruinosas para os agricultores portugueses, ainda que de forma mitigada e alongada no tempo.
*****
SINAIS DOS TEMPOS (27 de Agosto de 1998)
Basta um nada de atenção para nos apercebermos como os tempos começam a ser profundamente diferentes. Para darmos conta de como esta coisa da Europa vai modificar significativamente as regras do jogo na nossa economia. Mais do que estar tecnicamente preparado para enfrentar a realidade europeia com Portugal lá dentro, é bom que os agentes económicos portugueses se preparem psicologicamente para o novo modo de funcionamento das coisas.
Na última semana aconteceram dois fenómenos que marcam, a meu ver, de modo iniludível, as mudanças que aí vêm a caminho. Passemos sobre elas um relativamente apressado olhar, para daí extrairmos algumas conclusões.
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Apresentação do Relatório do Banco de Portugal sobre o estado da economia portuguesa e sobre o seu previsível futuro próximo. De repente, damos com o Governador do Banco de Portugal a pespegar na nossa cara com a afirmação de que os salários não poderão crescer nos próximos dois anos. Aliás, foi assim que a sua comunicação foi anunciada na comunicação social, embora me pareça que não foi muito bem isso que ele pretendeu dizer. Pareceu-me, antes de tudo, que ele pretendeu atalhar reivindicações salariais demasiado fortes, num momento em que afirmava estar a economia portuguesa nos seus melhores tempos. Mas a verdade é que foi daquele modo que a mensagem passou para a opinião pública.
Passemos por cima de que, simultâneamente, António de Sousa augurou, para o corrente ano, um crescimento relativamente grande para o Produto português - acima dos 4%. Não relevemos a nossa incompreensão para o facto de que, visto por um lado diferente, esse Produto é sensívelmente igual ao somatório dos salários com as rendas, os juros e os lucros. E façamos de conta que não sabemos que, a ser assim, com o Produto a crescer mais de 4% no ano corrente, se os salários não podem aumentar, então só podem aumentar as rendas, os juros e os lucros. O que é, no mínimo, esquisito ponto de vista. Demos tudo isso ao diabo. E fiquemo-nos apenas pelo que o fenómeno tem de mais significativo para o que, hoje, aqui nos interessa.
De algum modo - e honestamente admitindo que o Senhor Governador não nos veio trazer um recado encomendado - esta atitude de António de Sousa traduz algo que já vai correndo por essa Europa fora. A perda de capacidade dos políticos para definir políticas, cabendo aos Bancos Centrais, naquilo que é, a meu ver, uma exagerada competência técnica, definir o que pode e o que não pode ser.
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Estão em curso as negociações de um acordo bilateral de comércio entre a Comunidade Europeia e um outro espaço económico alargado, o Mercosul. O Mercosul integra, como se sabe, o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, tendo o Chile como membro associado e provável futuro membro de pleno direito. Na semana que acabou, os membros do Mercosul, reunidos numa cimeira ministerial, fizeram afirmações que podem vir a mostrar-se, no caso de virem a produzir frutos, extremamente penalizantes para Portugal. Em síntese, afirmaram que "era incrivelmente injusto, por parte da Europa, levantar barreiras ao comércio livre de produtos agrícolas, precisamente a área em que os países em vias de desenvolvimento tinham possibilidades de crescer mais depressa"; e concluiram, colocando como condição do dito acordo de comércio livre que a Comunidade acabe com os subsídios à agricultura europeia.
Quer isto dizer que, quando a necessidade chegar, bem podemos assistir à imposição, por parte de Bruxelas, de condições ruinosas para os agricultores portugueses, ainda que de forma mitigada e alongada no tempo.
PENSAMENTO DO DIA
Os tempos de antena de associações, sindicatos e partidos, na RTP, passam das 20,00 horas para as 19,00 horas. A sua audiência passará a ser de cerca de metade do habitual. Ora aí está uma grande reforma! Pode lá aceitar-se que os tempos de antena estraguem e encurtem aquele programa cultural de inegável qualidade que é... como é que se chama?... ah!... "O PREÇO CERTO", do Fernando Mendes?....
FRASE DO DIA
"Já sei que vão dizer que me compraram."
JOÃO CRAVINHO - Expresso - 6/1/2007
(A propósito de nomeação para Administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, quando se preparava para entregar projectos de lei para combater a corrupção)
...
... bruxo!...
JOÃO CRAVINHO - Expresso - 6/1/2007
(A propósito de nomeação para Administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, quando se preparava para entregar projectos de lei para combater a corrupção)
...
... bruxo!...
5.1.07
RETALHOS LITERARIOS
O PROCESSO DE DECISÃO
(continuação dos dias 29/12/2006 e 3/1/2007)
Apesar desta preparação toda, as surpresas são, porém, bem possíveis. Um acidente na estrada. O atraso dos aviões ou dos combóios. Algum atrevido ou atrevida a dar-nos boleia. Até um aborrecido entorse num buraco do caminho. Nunca se poderão evitar, em qualquer processo de decisão, os imponderáveis, os imprevistos. Felizmente, a vida não é traçada a régua e compasso. Mas esses imponderáveis serão reduzidos ao mínimo quanto maior conhecimento tivermos das alternativas disponíveis para atingir um fim. Em superfície - que alternativas? - e em profundidade - vantagens e inconvenientes, estruturais e conjunturais, de cada uma delas? Isto é, depois de definido o fim a atingir, o passo seguinte é obter toda a informação disponível sobre os modos de o atingir. Sistematizar essa informação. E aplicar à análise dessa informação o esclarecimento da inteligência, não vá escolhermos ficar a chuchar no dedo, como o bébé da fábula.
Chegado a este ponto, tudo quanto eu posso concluir é que sou verdadeiramente caótico, quando me ponho a falar. Propuz-me falar do casamento e tenho passado o tempo a falar já do bébé. Não é costume ser assim. Ou melhor. Não era costume ser assim. Agora parece que já é mais comum que assim seja. Os tempos mudaram. O que não é de admirar. A Vida, o tal encadeado de decisões de que já falei, é uma realidade mutável a cada instante. Costumo mesmo dizer que não há presente. Só há passado e futuro. O presente é uma fronteira imaginária, perenemente móvel. A informação que temos é toda ela do passado. E a decisão destina-se a produzir efeitos no futuro. Num futuro do qual apenas sabemos que não vai ser rigorosamente igual ao passado. Donde, a necessidade de produzir decisões com o máximo de flexibilidade possível. Com a possibilidade de inflectir caminhos na sua implementação. Se possível, com a possibilidade de voltar atrás com o mínimo de estragos e tomar outro caminho. Nunca devemos produzir uma decisão sem deixar de contemplar alternativas para atingir o fim desejado. Imaginem só o que seria decidir comer castanhas sem contemplar a possibilidade de deitar uma fora. Ia ser bonito logo que encontrássemos uma com bicho!
Vamos então deixar o bébé descansado e passar ao que lhe dá origem, na maior parte dos casos. O casamento.
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISAO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993
(continuação dos dias 29/12/2006 e 3/1/2007)
Apesar desta preparação toda, as surpresas são, porém, bem possíveis. Um acidente na estrada. O atraso dos aviões ou dos combóios. Algum atrevido ou atrevida a dar-nos boleia. Até um aborrecido entorse num buraco do caminho. Nunca se poderão evitar, em qualquer processo de decisão, os imponderáveis, os imprevistos. Felizmente, a vida não é traçada a régua e compasso. Mas esses imponderáveis serão reduzidos ao mínimo quanto maior conhecimento tivermos das alternativas disponíveis para atingir um fim. Em superfície - que alternativas? - e em profundidade - vantagens e inconvenientes, estruturais e conjunturais, de cada uma delas? Isto é, depois de definido o fim a atingir, o passo seguinte é obter toda a informação disponível sobre os modos de o atingir. Sistematizar essa informação. E aplicar à análise dessa informação o esclarecimento da inteligência, não vá escolhermos ficar a chuchar no dedo, como o bébé da fábula.
Chegado a este ponto, tudo quanto eu posso concluir é que sou verdadeiramente caótico, quando me ponho a falar. Propuz-me falar do casamento e tenho passado o tempo a falar já do bébé. Não é costume ser assim. Ou melhor. Não era costume ser assim. Agora parece que já é mais comum que assim seja. Os tempos mudaram. O que não é de admirar. A Vida, o tal encadeado de decisões de que já falei, é uma realidade mutável a cada instante. Costumo mesmo dizer que não há presente. Só há passado e futuro. O presente é uma fronteira imaginária, perenemente móvel. A informação que temos é toda ela do passado. E a decisão destina-se a produzir efeitos no futuro. Num futuro do qual apenas sabemos que não vai ser rigorosamente igual ao passado. Donde, a necessidade de produzir decisões com o máximo de flexibilidade possível. Com a possibilidade de inflectir caminhos na sua implementação. Se possível, com a possibilidade de voltar atrás com o mínimo de estragos e tomar outro caminho. Nunca devemos produzir uma decisão sem deixar de contemplar alternativas para atingir o fim desejado. Imaginem só o que seria decidir comer castanhas sem contemplar a possibilidade de deitar uma fora. Ia ser bonito logo que encontrássemos uma com bicho!
Vamos então deixar o bébé descansado e passar ao que lhe dá origem, na maior parte dos casos. O casamento.
(continua)
Conferência O PROCESSO DE DECISAO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993
FRASE DO DIA
"A CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) tem sido muito parcial (em favor da OPA da Sonaecom)".
Administração da Portugal Telecom - Público - 5/1/2007
***
O sempre presente atavismo nacional: a culpa é do árbitro...
Administração da Portugal Telecom - Público - 5/1/2007
***
O sempre presente atavismo nacional: a culpa é do árbitro...
PENSAMENTO DO DIA
O Tribunal de Contas exprime dúvidas sobre as contas do Estado de 2005. O Ministro das Finanças diz que, segundo os critérios do Governo, as contas estão certíssimas e que o que acontece é que o Tribunal de Contas tem outros´critérios de apreciação. Conclusão: estamos em presença de contas extremamente criteriosas.
4.1.07
SUGESTÃO TURÍSTICA
PRAGA E REPÚBLICA CHECA
Com um belo centro histórico declarado pela Unesco Património da Humanidade, com origens localizadas no século IX e hoje capital da República Checa, Praga é hoje uma das mais belas cidades da Europa Central e uma das mais procuradas pelos turistas europeus. Com uma história rica, caldeada pelos muitos povos que, ao longo da história demandaram a região, Praga bem pode ser considerada - tal como o país - a cidade dos monumentos históricos.
Lugar aprazível para uma escapadela de inverno para todos os que têm sede de conhecimento e cultura.
(gentileza de Viages 747)
Com um belo centro histórico declarado pela Unesco Património da Humanidade, com origens localizadas no século IX e hoje capital da República Checa, Praga é hoje uma das mais belas cidades da Europa Central e uma das mais procuradas pelos turistas europeus. Com uma história rica, caldeada pelos muitos povos que, ao longo da história demandaram a região, Praga bem pode ser considerada - tal como o país - a cidade dos monumentos históricos.
Lugar aprazível para uma escapadela de inverno para todos os que têm sede de conhecimento e cultura.
(gentileza de Viages 747)
FRASE DO DIA
"Está a ver este senhor de muletas?"
Anónimo para jornalista, numa acção de protesto contra os Serviços de Transportes Colectivos do Porto, devido à alteração de carreiras.
***
Impossível indentificar o senhor referido. Presentemente, andamos todos de muletas. Até o país...
Anónimo para jornalista, numa acção de protesto contra os Serviços de Transportes Colectivos do Porto, devido à alteração de carreiras.
***
Impossível indentificar o senhor referido. Presentemente, andamos todos de muletas. Até o país...
PENSAMENTO DO DIA
Primeiro, a bomba. O Governo atacava privilégios da Banca no Orçamento Geral do Estado para 2007. Os menos poderosos, esmagados pelo esforço fiscal, têm uim lenitivo. Afinal, ao contrário do habitual, tocava a todos. Depois, a poeira. A Banca protesta. O Governo recua. Não o faz directamente. Usa um deputado do partido de apoio, feito moço de recados, para propor a eliminação do ataque.
Estamos a viver num socrático mundo de faz de conta.
Estamos a viver num socrático mundo de faz de conta.
3.1.07
RETALHOS LITERARIOS
O PROCESSO DE DECISÃO
(continuação do dia 29/12/2006)
...
As senhoras terão notado a existência, neste exemplo simples, de duas ou três notas de extraordinária utilidade para todas as demais decisões que havemos de produzir na nossa vida. Em primeiro lugar, temos que ter uma definição escorreita do fim que pretendemos atingir com a decisão a tomar. As decisões não têm outro objectivo senão fazerem com que aconteça aquilo que se quer. As decisões são a enxada com que se lavra o terreno da nossa vida, para que nele não nasçam só plantas do acaso. Por isso, é importante saber-se bem o pretendido.
Depois, é necessária a inventariação de todos os caminhos que nos podem conduzir ao fim pretendido. Tendo em conta aquilo que é importante para o decisor. Imaginem que cada decisão é como ir ao Algarve em tempo de férias. Com vários meios e trajectos alternativos para o conseguir. Se o importante é o tempo da viagem, então vou de avião. Mas se o dinheiro disponível é uma condicionante, então vou de automóvel e pelo itinerário amarelo. Se a segurança é imprescindível, vou de combóio. Mas se, tendo que viajar de automóvel, a comodidade é factor imperioso, vou pelo itinerário principal ou pela auto-estrada, se a houver. Podendo ainda, se o que procuro é chegar ao Algarve com o máximo de aventura, escolher a ida à boleia. E ainda, se for um fanático da forma física, até posso ir a pé.
As alternativas são já tantas, que o melhor é começar a escrever, para não me perder no labirinto mental da análise. Numa folha A4, traço uns riscos verticais e outros horizontais. Encimo o quadro com o título "Ida para o Algarve". Nas linhas, à esquerda, descrevo as diferentes alternativas que tenho - avião, combóio, automóvel nos diferentes itinerários, à boleia, a pé. Nas colunas, em cima, os factores de apreciação - rapidez, segurança, aventura, forma física, distracção, custo, etc.. E no cruzamento de cada linha com cada coluna, assinalo de modo codificado - por exemplo 1 para vantagem e 0 para desvantagem. No fim, o quadro é bem capaz de ser uma ajuda preciosa para que eu produza a minha decisão final.
...
(A CONTINUAR)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993
(continuação do dia 29/12/2006)
...
As senhoras terão notado a existência, neste exemplo simples, de duas ou três notas de extraordinária utilidade para todas as demais decisões que havemos de produzir na nossa vida. Em primeiro lugar, temos que ter uma definição escorreita do fim que pretendemos atingir com a decisão a tomar. As decisões não têm outro objectivo senão fazerem com que aconteça aquilo que se quer. As decisões são a enxada com que se lavra o terreno da nossa vida, para que nele não nasçam só plantas do acaso. Por isso, é importante saber-se bem o pretendido.
Depois, é necessária a inventariação de todos os caminhos que nos podem conduzir ao fim pretendido. Tendo em conta aquilo que é importante para o decisor. Imaginem que cada decisão é como ir ao Algarve em tempo de férias. Com vários meios e trajectos alternativos para o conseguir. Se o importante é o tempo da viagem, então vou de avião. Mas se o dinheiro disponível é uma condicionante, então vou de automóvel e pelo itinerário amarelo. Se a segurança é imprescindível, vou de combóio. Mas se, tendo que viajar de automóvel, a comodidade é factor imperioso, vou pelo itinerário principal ou pela auto-estrada, se a houver. Podendo ainda, se o que procuro é chegar ao Algarve com o máximo de aventura, escolher a ida à boleia. E ainda, se for um fanático da forma física, até posso ir a pé.
As alternativas são já tantas, que o melhor é começar a escrever, para não me perder no labirinto mental da análise. Numa folha A4, traço uns riscos verticais e outros horizontais. Encimo o quadro com o título "Ida para o Algarve". Nas linhas, à esquerda, descrevo as diferentes alternativas que tenho - avião, combóio, automóvel nos diferentes itinerários, à boleia, a pé. Nas colunas, em cima, os factores de apreciação - rapidez, segurança, aventura, forma física, distracção, custo, etc.. E no cruzamento de cada linha com cada coluna, assinalo de modo codificado - por exemplo 1 para vantagem e 0 para desvantagem. No fim, o quadro é bem capaz de ser uma ajuda preciosa para que eu produza a minha decisão final.
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(A CONTINUAR)
Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
Ironia suprema: Saddam poderia ter sido salvo da morte se os governantes iraquianos não tivessem revogado a abolição da pena de morte decretada pelo primeiro governador americano pós-guerra. Parece que Allah também não gostava dele.
2.1.07
CRONICA DA SEMANA
O Professor marcou a época de exames. Não se pode dizer não ter sido benevolente. Senão vejamos:
- marcou os exames com a necessária antecedência; serão lá para o fim do ano;
- atendendo a que já vamos a meio do curso, deu-se à generosidade de indicar a matéria que será objecto de exame: a Economia, o Direito e as Ciências Médicas;
- parece, assim, ter já decidido que, em matéria de Ciência Fiscal e Finanças Públicas, os alunos apreenderam o essencial; como grande especialista que é nessa área, se ele implicitamente o diz, não serei eu a colocar em dúvida;
- não deu indicações da nota mínima para aprovação; o que lhe deixa grande espaço de manobra para, continuando a colaborar com os alunos, os deixar passar mesmo com uma negativa que se aproxime da positiva;
- e, apesar disso, deixou claro que quem manda na sala de aulas é ele e que é melhor estar-lhe nas boas graças.
...
...
Pois bem. Temos o mais baixo potencial de crescimento da Europa. Que se cuidem. Em primeiro lugar porque temos o Dr. Basílio Horta na API. E, segundo, porque eles nem sonham do que somos capazes quando querem colocar-nos na cauda do pelotão. É a melhor dopagem para os Portugueses. Vejam só o que se passou com o campeonato do mundo de futebol. Não fosse aquela finta ao árbitro do Zidane "Cabeçasdas", na área da verdade, ou os galos (da Gália, claro, não de Barcelos) tinham ficado que nem perus; e a Itália, depois, era um Figo. Portanto, já vão ver do que somos capazes. Para já, a teta do Desemprego fica mais azeda. Ora aí outra grande medida. Sobretudo porque surge ao mesmo tempo em que vamos ter muitos médicos desempregados por não quererem marcar o ponto a tinta digital. Até talvez mais do que os contados, porque o Senhor Bastonário da Ordem respectiva afirmou que os médicos não trabalham para outra entidade patronal que não sejam os doentes. O patrão são os doentes. Estão a ver no que isto vai dar, se se confirmar? Desconfio que nem os postos de trabalho todos, criados por aqueles investimentos do Dr. Basílio Horta, compensarão o desemprego médico que aí vem. E os alunos do Professor vão falhar no capítulo do Emprego. Mas não faz mal. O professor não marcou exame nessa matéria.
...
Excerto da crónica ÉPOCA DE EXAMES - Vida Económica - 4/1/2007
PENSAMENTO DO DIA
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