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3.1.07

RETALHOS LITERARIOS

O PROCESSO DE DECISÃO

(continuação do dia 29/12/2006)


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As senhoras terão notado a existência, neste exemplo simples, de duas ou três notas de extraordinária utilidade para todas as demais decisões que havemos de produzir na nossa vida. Em primeiro lugar, temos que ter uma definição escorreita do fim que pretendemos atingir com a decisão a tomar. As decisões não têm outro objectivo senão fazerem com que aconteça aquilo que se quer. As decisões são a enxada com que se lavra o terreno da nossa vida, para que nele não nasçam só plantas do acaso. Por isso, é importante saber-se bem o pretendido.

Depois, é necessária a inventariação de todos os caminhos que nos podem conduzir ao fim pretendido. Tendo em conta aquilo que é importante para o decisor. Imaginem que cada decisão é como ir ao Algarve em tempo de férias. Com vários meios e trajectos alternativos para o conseguir. Se o importante é o tempo da viagem, então vou de avião. Mas se o dinheiro disponível é uma condicionante, então vou de automóvel e pelo itinerário amarelo. Se a segurança é imprescindível, vou de combóio. Mas se, tendo que viajar de automóvel, a comodidade é factor imperioso, vou pelo itinerário principal ou pela auto-estrada, se a houver. Podendo ainda, se o que procuro é chegar ao Algarve com o máximo de aventura, escolher a ida à boleia. E ainda, se for um fanático da forma física, até posso ir a pé.

As alternativas são já tantas, que o melhor é começar a escrever, para não me perder no labirinto mental da análise. Numa folha A4, traço uns riscos verticais e outros horizontais. Encimo o quadro com o título "Ida para o Algarve". Nas linhas, à esquerda, descrevo as diferentes alternativas que tenho - avião, combóio, automóvel nos diferentes itinerários, à boleia, a pé. Nas colunas, em cima, os factores de apreciação - rapidez, segurança, aventura, forma física, distracção, custo, etc.. E no cruzamento de cada linha com cada coluna, assinalo de modo codificado - por exemplo 1 para vantagem e 0 para desvantagem. No fim, o quadro é bem capaz de ser uma ajuda preciosa para que eu produza a minha decisão final.

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(A CONTINUAR)

Conferência O PROCESSO DE DECISÃO - Magalhães Pinto - Vila Real - Novembro de 1993

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