. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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1.1.07
POEMA DO MES
MEMÓRIAS
Remexo
na caixa onde guardo
os trastes já velhos
da minha memória,
à procura
do vulto difuso
da mulher que um dia
amei sem glória....
Estremecem os dedos...
Encolhe-se o braço...
Despertam segredos
naquilo que faço....
Desfolho
as folhas quebradas
dum livro que li
um dia, com pressa...
E vejo
que, nas entrelinhas,
existia mais
do que simples promessa...
Enevoa-se a mente...
Os olhos, cerrados...
Muito lentamente,
desfilam passados...
Escuto
as notas perdidas
dum canto de amor
sem qualquer melodia...
E sei
que os sons relembrados
podiam ter sido
uma sinfonia...
Desperta a tristeza...
Uma lágrima cai...
Fica só esta dor
que nunca se esvai...
Arrumo
os trastes que guardo
na caixa já velha
da minha memória...
E fico
nesta solidão,
fria, enregelada,
de tão triste história...
O sono regressa...
Cada vez mais profundo...
Enchendo, sem pressa,
de nada, o meu mundo...
MAGALHÃES PINTO - Outubro de 1999
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