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16.4.08

MEMÓRIA

Era de esperar. A Senhora Ministra da Educação, que tem sido apresentada como um retrato da competência que o Governo actual se afirma ter, criou uma trapalhada monumental. Explica-se em dois tempos. O primeiro tempo corresponde à submissão dos alunos a um exame com perguntas erradas e correcções mais erradas ainda, na disciplina de Física e Química do décimo-segundo ano. O segundo tempo reside no facto de a Ministra, para remendar o soneto, ter feito pior emenda, qual foi a de permitir aos alunos que repetissem o exame, através de um despacho que ela própria assinou e determinando que, para o acesso ao ensino superior, contaria a melhor das duas notas.

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Penso que este é o princípio do fim da Senhora Ministra da Educação. O Primeiro-Ministro - que censuravelmente tem mantido um pesado silêncio sobre este assunto - não vai poder aguentá-la. É que o modo como a Senhora Ministra actuou não lhe deixou nenhuma possibilidade de manobra. Penso que face ao erro do exame, a Senhora Ministra só tinha que fazer uma coisa: admitir o erro e anular o exame, fazendo-o de novo. Ao querer esconder o erro havido atrás de uma cortina de fumo, a Senhora Ministra meteu-se num buraco. E quando uma pessoa se mete num buraco, só pode mesmo morrer lá dentro. É o que, politicamente, lhe vai suceder. Penso que é um fim justo para quem tem tratado as pessoas com a sua arrogância, reduzindo a fanicos o já frágil sistema de educação que temos.

Excertos da crónica TRAPALHADA - Magalhães Pinto - "MATOSINHOS HOJE" - 23/7/2006

(Que resistência! Já lá vão quase dois anos!)

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