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29.6.07

A DUVIDA - 110º. fascículo

(continuação)

Tinha começado de cima para baixo. Ia já no quarto andar e a esperança de vir a saber alguma coisa decrescia ao ritmo dos andares visitados. Apenas por método, entrei naquele consultório médico. Dirigi-me à recepcionista, com a ladaínha costumeira. Olhou a fotografia e respondeu imediatamente. Aquela cliente tinha lá estado há dois ou três dias, pela primeira vez. Ora deixa ver aqui na agenda.... foi anteontem, sim senhor. Creio ser esta. Maria do Céu Silva. Fiquei a olhar para ela, atónito, subitamente sem ter nada para dizer. Liquefeita, a dúvida escorria pelas paredes do meu espírito, arrastando todos os laivos de inteligência. Nem me lembrei de perguntar se sabiam onde morava a cliente, quanto mais não fosse para disfarçar. E sabia que não podia perguntar o porquê da sua ida ali, não me diriam nada. Por fim, balbuciei qualquer coisa, a custo engendrada pelo meu cérebro confuso. Não, não tinha marcado nova consulta. Deixei o número do telefone do jornal e o meu nome, para fazerem o favor de me prevenirem, se por lá aparecesse outra vez. Agradeci e saí. No corredor, olhei para a tabuleta com o nome do médico e a sua especialidade. Confusão, só confusão. "Mário Salcedas - Ginecologista".

(continua)
Magalhães Pinto

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