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22.7.07

POLANCO


Morreu, em Madrid, Jesus de Polanco. Uma das mais influentes e poderosas personalidades do país vizinho, poder assente na construção de um gigantesco império na comunicação social graças aos favorecimentos, amplamente retribuídos, de Filipe Gonzalez. Esses favorecimentos incluiram a destruição de meios não afectos ao presidente do PSOE, a sua entrega ao, ontem, milionário, alguns para este fechar. El Pais, Cadena Ser (radio), Televisão Cuatro, diário desportivo As, transmissão dos jogos de futebol em canal fechado e pago, contm-se entre os trunfos maiores do imério da Comunicação Social.

A sua influência política teve o seu apogeu no modo como os seus órgãos de informação trataram o 11-M (atentado terrorista nos combóios de Madrid), o que, no espaço de três dias, contribuiu decisivamente para uma derrota imprevista do PP nas eleições realizadas nessa mesma semana e para o regresso dos socialistas ao Poder.

A PRISA, sua holding, avançou para a internacionalização e um dos países visados foi precisamente Portugal, através da compra da Media Capital e do domínio do canal de televisão TVI.

O Grupo PRISA e o seu imenso poder para condicionar a opinião pública são um exemplo, simultâneamente preocupante e esclarecedor, de como um Partido detentor do Poder, pode condicionar para muito tempo a qualidade da Democracia, se decide mexer na Comunicação Social. Em Espanha, só restaram fora do controlo, o Grupo de informação da Igreja - COPE - e o periódico El Mundo, já que o próprio ABC, jotnal da direita espanhola, de algum modo se submeteu aos desígnios e ao poder de Polanco.

Veremos o que acontecerá, agora, ao império de Polanco. De um modo geral, os impérios não resistem à morte do imperador. E, ao morrer, esta história dá, mais uma vez, razão a uma máxima que ouvi a primeira vez da boca de Belmiro Azevedo:

"Tudo quanto fica verdadeiramente nosso, desde que nascemos até que morremos, é um fato e um par de sapatos".

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