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25.3.07

A DUVIDA - 17º. fasciculo

(continuação)

Regressei ao "Borboleta Negra", ao fim duma semana. Era sábado. No meu íntimo, sabia ser Maria do Céu a causa, embora trejurasse a mim mesmo que estava a precisar de distracção, depois de tantos dias afogado no trabalho. Acabei por vir pior do que fora. Nem sombra de Maria do Céu. O orgulho não me deixou senão perguntar por ela discretamente. Sem sucesso. Deve andar por aí... Se calhar teve engate para o serão... Não sei quem é... Porquê?... Eu não sirvo?... Saí cedo, agoniado. Tudo aquilo me estava a parecer sem sentido.

No domingo, impulsionado pela recusa do insucesso, telefonei à Zélia. Era quase meio-dia. Manhã cedo, para o enxame que, de noite, dava à cidade um colorido mal percebido. Liguei-lhe para casa, despertando-a do seu primeiro sono. Privilégio de cliente habitual, quase amigo. O fio transportou até mim uma voz enrolada. Pareceu-me sentir-lhe o hálito. Levemente excitada, quando se apercebeu do interlocutor. Logo desanimada, quando entendeu as intenções do telefonema. Julgas que sou uma agência de informações?... Porque não vês nas páginas amarelas?...

Teve alguma dificuldade em identificar o objecto do meu interesse. Maria do Céu ainda não tivera tempo de construir a ficha curricular no "Borboleta". Por fim, localizou-a na sua galeria imensa de retratos arquivados. Não, não sabia como podia ser contactada fora do dancing. Mas iria tentar saber, embora a amofinasse a concorrência, particularmente fora de horas. Logo me diria, era só tempo de fazer alguns telefonemas.

(continua)

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