(continuação)
D. Maria Amélia encolheu os ombros. Sentia-se impotente para dominar a rebeldia da filha. Como desejava que o pai se encarregasse também da educação dela!... Pegou no telefone e discou o número directo do quartel.
No andar de cima, Rafaela despiu-se lentamente, em frente ao espelho do toucador. Roupa a monte em cima da senhorinha. Tinha vaidade no seu corpo de recém-mulher. Olhou a sua imagem reflectida. Devido à sobreposição de planos proporcionados pelo espelho, quase podia sentir o afago do urso de peluche, a dormir tranquilamente, encostado ao travesseiro da cama. Desatou o laço que lhe segurava o cabelo longo, em rabo de cavalo. E este caiu naturalmente, espalhando-se sobre os ombros. Baixou as alças do soutien, desengatou o colchete e deixou-o cair. Os seios, hirtos, firmes, nem grandes nem pequenos, brilhavam sob a luz da lâmpada suspensa por cima do toucador. Acariciou-os com as mãos em concha. Sentiu-os excitados, com a recordação dos beijos que o Zé António ali tinha deixado duas horas antes. Afagou o ventre lentamente, introduziu os dedos sob a cintura da saia e puxou-a para baixo, deixando-a cair aos pés. Com as mãos espalmadas sobre os quadris, começou a puxar as calcinhas de renda, vagarosamente, excitando-se progressivamente, ao ver surgir os pelos do púbis. Por largos momentos, entregou-se a um jogo de poses, cada vez mais lascivas, em frente do espelho.
(continua)
Magalhães Pinto
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