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16.3.07

FILIPE LA FERIA E O TEATRO RIVOLI


No último fim de semana, fui a Lisboa, com alguns amigos, ver o "Música no Coração". Uma excepcional e emocionante realização de Filipe la Feria, a transportar-nos a tempos idos à muito. Um teatro esgotado - depois de meses e meses de representação - vibrou, emocionado, participando do espectáculo em muitos episódios da história. O momento artístico supremo do encenador surge quando, na cena do casamento de Maria com o Capitão von Trapp, as luzes do teatro todo se acendem na sua maior intensidade e aqueles que, até então, tinham sido apenas espectadores, são transportados por essa atitude subtil, para dentro da peça e passam a ser os convidados do matrimónio. A reação entusiasmada da audiência dá conta do supremo sucesso do gesto teatral.

Antes do início do espectáculo, no átrio do Politeama, tive oportunidade de conversar, por breves momentos, com Filipe la Feria, que se encontrava presente. Por ele soube que o início da actividade no Teatro Rivoli do Porto estava prevista para Maio. E que o espectáculo de estreia seria o musical "Jesus Cristo Superstar".

Como noutro post de hoje refiro, o celebrado e talentoso produtor e encenador português pondera a hipótese de desistir do contrato de exploração do referido Teatro, cansado com as mil e uma dificuldades que uma minoria activa e activista tem levantado em redor do assunto.

Se tal vier a acontecer, será uma perda enorme, não apenas para a cidade do Porto, mas também para todo o Norte. Lá continuaremos a fazer as excursões habituais para ir a Lisboa, ao fim de semana, como única possibilidade de assistir a espectáculos que, até há bem pouco tempo, só estavam disponíveis para os endinheirados que podia ir a Londres o Nova Iorque. E que passaram a estar ao alcance de todos por virtude de Filipe la Feria.

Se tal acontecer, será a vitória de meia dúzia de estúpidos parasitas da sociedade, que, cantando hossanas à Cultura, mais não fazem do que masturbar-se no seu intelectualismo balofo.

Se tal acontecer, estaremos perante a supremacia os interesses partidários mais mesquinhos sobre os reais interesses da população.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho interessante ter à mão musicais no Porto.

Convido e, se tiver prática nestas lides de informática, gostaria que divulgasse a peça de teatro de Arnold Wesker: "Carta a uma filha", no auditório da Ordem dos Médicos no Porto, dia 24 de Outubro, 6ª feira, às 21h30. Rua Delfim Maia (Arca de Água)-Porto. A entrada é livre e a peça é excelente.